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sábado, 31 de dezembro de 2011
Elefantes Flamejantes
Eu vou decorar um coreto
Chamar uma banda de música
Um bloco de carnaval
Só para te contar
O que te parece novidade
Eu vou colocar faixas na sua rua
Desenhar na sua calçada
Grudar bilhetes na sua janela
Só para te mostrar
O que te parece inédito
Eu vou escrever poemas
Compor canções
Publicar um livro
Só para te dizer
O que te parece extraordinário
E quem sabe
Eu até te mostro
Os meus amigos
Só para você saber
O que é o meu normal
O que é ter cuidado
O que é ser leal
E vou ficar assistindo
A surpresa do seu olhar
No insight
Manada de elefantes em chamas.
Dezembro de 2011.
Era uma vez um gato amarelo. Em duas versões.
Era uma vez um gato amarelo... a versão da mulher.
Ela não desgostava de gatos. Também não gostava especialmente. Um dia, por capricho da vida, ficou com a custódia de um. Tinha nome de iogurte. Foi a primeira vez, depois de adulta, que precisou cuidar de uma coisa viva. Parecia fácil. Água, areia e ração.
Ele não se incomodava com os horários dela. Era carinhoso sem ser grudento. Percebia seus humores... deitava sobre o seu peito quando estava triste - coisa freqüente naqueles dias. Tinha os tempos dele... sumia de vez em quando. E, às vezes, ficava imóvel olhando o ar como se houvesse alguma coisa que só ele via. A ponto dela dar risada e perguntar se ele também escrevia.
Esteve com ela por dois anos. E isso já tem alguns agora.
Custou um bocado para perceber que aquela também foi a primeira vez, depois de adulta, que permitiu que cuidassem dela.
Era uma vez um gato amarelo... a versão do gato.
Ele não desgostava de gente. Também não gostava especialmente. Um dia, por capricho da vida, ficou com a custódia de uma. Não foi a primeira vez que precisou cuidar de alguma coisa viva. Sempre achou fácil. Era só atenção.
Ela tinha horários esquisitos. Achava estranho, mas respeitava. Afinal, ele também tinha lá suas manias. Estava sempre muito triste e isso às vezes o preocupava. Em pouco tempo percebeu que, se deitasse em seu peito, ela sorria. E ele gostava do sorriso dela.
Era carinhosa, mas parecia não gostar muito de mostrar isso. Não a via com outras pessoas. Pelo menos não desde que começou a cuidar dela. Levou um tempo até que ele a visse dar risada das coisas. E um pouco mais até a risada encher os grandes olhos dela.
Ficou com ela por dois anos. O tempo que achou suficiente para que ela ficasse bem.
Junho de 2010
Em memória de Chambinho
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Um Ano Novo que foi um Conto de Natal
Naquele ano, eu fui passar o ano novo com uma amiga querida, a Roberta, que inventou da gente ir ver uma praia à meia noite.
Todos os que estavam na festa foram, mas nos distanciamos na multidão. Passamos a virada do ano caminhando para a tal praia. E havia cerca de 100 metros e umas 300 pessoas entre cada um de nós. Na prática, estávamos cada um de nós sozinhos na multidão. E eu detesto multidões.
Poderia ter sido triste. Mas, na verdade, foi meio mágico.
É que, exatamente à meia noite, eu parei de andar e olhei para o céu. E tinha fogos. Alguma casa tocava uma música bonita que enchia a noite naquele pedaço de caminho. E eu vi que o lugar era uma alameda de eucalíptos. E os eucalíptos formavam um caminho verde no meio da noite. E inundavem o ar com um aroma fresco.
Os fogos no céu, a música na noite, o cheiro de eucalípto e a visão daquelas pessoas estranhas se cumprimentando na rua... estava uma coisa bonita de se ver. Parecia que eu estava dentro de um conto de Natal.
Eu sorri para a mulher ao meu lado e disse "Feliz Ano Novo"! E ela sorriu de volta. E me abraçou.
E o momento fez
daquelas pessoas estranhas
estranhamente familiares.
Milagrosamente familiares.
Quinze minutos depois, meus amigos se reagruparam. Desistimos da praia e voltamos.
Terminamos a noite eu e a minha amiga em um ponto de ônibus, a uma da manhã, dando risada de tudo e relembrando os muitos anos da nossa amizade.
Foi um Ano Novo Feliz.
Dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Desejo de Ano Novo
Envio a você o meu melhor pensamento
para que no novo ano
seu dias sejam repletos
repletos
de toda a paz
e de toda a magia
de toda a luz
e de toda alegria
repletos
de cores
e de sabores
repletos
de arte
e de amizade
repletos...
Bem, apenas repletos.
imagine você
pense você um sonho
faça você um desejo
que eu aqui
te envio o meu melhor pensamento
para que seus dias
dessa forma
sonhada ou desejada
transbordem!
Dezembro de 2011
Envio a você o meu melhor pensamento
para que no novo ano
seu dias sejam repletos
repletos
de toda a paz
e de toda a magia
de toda a luz
e de toda alegria
repletos
de cores
e de sabores
repletos
de arte
e de amizade
repletos...
Bem, apenas repletos.
imagine você
pense você um sonho
faça você um desejo
que eu aqui
te envio o meu melhor pensamento
para que seus dias
dessa forma
sonhada ou desejada
transbordem!
Dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Sonolenta Noite Insone
Não é nem que eu seja insone.
Na verdade, os olhos ardem.
Pesam.
Eu ia dormir
quando vi um vídeo do Lenine.
Eu ia dormir
quando lembrei de ligar para a minha mãe.
Eu ia dormir
quando meus olhos pousaram naquele livro que veio para casa comigo ontem.
Eu ia dormir
quando um amigo apareceu no MSN.
E eu estava quase indo dormir
quando esse verso olhou para mim.
E a cada música
E a cada riso
E a cada imagem
E a cada verso
Meu
ou do outro
Eu mesma me peço
E eu mesma permito:
"Mais um mergulho, vai... o último! Prometo!"
Sedenta de vida
Sonolenta sigo
Em noite insone.
Dezembro de 2011
Não é nem que eu seja insone.
Na verdade, os olhos ardem.
Pesam.
Eu ia dormir
quando vi um vídeo do Lenine.
Eu ia dormir
quando lembrei de ligar para a minha mãe.
Eu ia dormir
quando meus olhos pousaram naquele livro que veio para casa comigo ontem.
Eu ia dormir
quando um amigo apareceu no MSN.
E eu estava quase indo dormir
quando esse verso olhou para mim.
E a cada música
E a cada riso
E a cada imagem
E a cada verso
Meu
ou do outro
Eu mesma me peço
E eu mesma permito:
"Mais um mergulho, vai... o último! Prometo!"
Sedenta de vida
Sonolenta sigo
Em noite insone.
Dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
Matemática
Domingo é um dia de magia
O meu acontece
Misteriosamente
Milagrosamente
Aos domingos mesmo
Quase sempre
Eu nem abri os olhos
E já sei que é domingo
Ainda que seja uma terça-feira.
Um ano tem 56 domingos
Dez anos 560
Cem anos 5600
Eu bem seria feliz com 5600 domingos
Então, o jeito é roubar na matemática
E deixar o domingo acontecer um tantinho mais de vez em quando
Quarta-feira passada, por exemplo
Aconteceu uma manhã linda de domingo
E aconteceram respingos de domingo por todo dia ontem - e era sábado
Então, nessa semana, já foram quase dois domingos inteiros
Olha só que coisa gostosa!
Uma semana com dois domingos!
E os outros dias?
Ah, os outros dias não ligam.
Eles gostam de ser domingo de vez em quando.
O bom de você ser poeta
é que até as suas quartas-feiras
têm vocação para domingo.
Olha, eu nem sei como começou o poema.
Então, como é que eu vou saber como parar?
Enquanto isso, faz você a sua conta!
Quantos domingos você precisa na sua vida
para ser feliz?
E se, nessa vida,
você não nasceu poeta
para deixar a magia respingar
ou inundar
seus outros dias
Eu posso te sugerir luares
ou chocolate
Eu posso te sugerir canções
ou risada de criança
E posso te sugerir
um Poema!
Não esqueça.
Um ano
só tem
56 domingos!
Dezembro de 2011
Domingo é um dia de magia
O meu acontece
Misteriosamente
Milagrosamente
Aos domingos mesmo
Quase sempre
Eu nem abri os olhos
E já sei que é domingo
Ainda que seja uma terça-feira.
Um ano tem 56 domingos
Dez anos 560
Cem anos 5600
Eu bem seria feliz com 5600 domingos
Então, o jeito é roubar na matemática
E deixar o domingo acontecer um tantinho mais de vez em quando
Quarta-feira passada, por exemplo
Aconteceu uma manhã linda de domingo
E aconteceram respingos de domingo por todo dia ontem - e era sábado
Então, nessa semana, já foram quase dois domingos inteiros
Olha só que coisa gostosa!
Uma semana com dois domingos!
E os outros dias?
Ah, os outros dias não ligam.
Eles gostam de ser domingo de vez em quando.
O bom de você ser poeta
é que até as suas quartas-feiras
têm vocação para domingo.
Olha, eu nem sei como começou o poema.
Então, como é que eu vou saber como parar?
Enquanto isso, faz você a sua conta!
Quantos domingos você precisa na sua vida
para ser feliz?
E se, nessa vida,
você não nasceu poeta
para deixar a magia respingar
ou inundar
seus outros dias
Eu posso te sugerir luares
ou chocolate
Eu posso te sugerir canções
ou risada de criança
E posso te sugerir
um Poema!
Não esqueça.
Um ano
só tem
56 domingos!
Dezembro de 2011
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Foto de um dia nem tão cinzento
Geralmente, eu não gosto de dias cinzas.
Acho-os escuros. Um tanto insossos.
E abafados
Só que, hoje,
o vento nos presenteou
com nuvens luminosas decorando o canto direito do céu.
Ali perto da minha montanha.
Pincelou azul clarinho em toda a beirada esquerda do dia.
E arrumou os grandes flocos cor de chumbo no miolo.
Surpreendente dia cinza o de hoje
que deixou o vento brincar de aquarela
em suas beiradas
só para alegrar olhos poetas
a caminho do trabalho
Dezembro de 2011 - devaneios pela palavra
Geralmente, eu não gosto de dias cinzas.
Acho-os escuros. Um tanto insossos.
E abafados
Só que, hoje,
o vento nos presenteou
com nuvens luminosas decorando o canto direito do céu.
Ali perto da minha montanha.
Pincelou azul clarinho em toda a beirada esquerda do dia.
E arrumou os grandes flocos cor de chumbo no miolo.
Surpreendente dia cinza o de hoje
que deixou o vento brincar de aquarela
em suas beiradas
só para alegrar olhos poetas
a caminho do trabalho
Dezembro de 2011 - devaneios pela palavra
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
Colheita
Filha do Ano Novo,
nascida terra,
espelhada em água
para germinar palavra.
A nuvem que você vê
no meu olho
é só Poesia.
Terra irrigada germina verso.
A poeta,
em verdade,
só
colhe.
(Flávia Côrtes - Dezembro de 2011)
www.poetaflaviacortes.com.br
Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.
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Maiores informações: contato@poetaflaviacortes.com.br
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Beijo nas costas
Beijo nas costas
independente do arrepio
é de uma intimidade sem tamanho.
Pressupõe abraço de conchinha
ou um sobre o outro,
contato de corpo todo,
mãos envolvendo seios.
Então,
não é só beijo em pele sensível.
É receita de recomeço.
Bom demais.
(Flávia Côrtes - Dezembro de 2011)
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domingo, 4 de dezembro de 2011
O Dia da Magia
Tem dia que o dia escorre para dentro do quarto
E abre olhos poetas
A luz mostra mais que clareia
Coloca nuances no verde da parede
Reflete nas lâminas de madeira clara do piso
E deixa o olho descobrir sombras novas no teto branco
É o mesmo quarto
e o mesmo teto
É a mesma parede
e o mesmo chão
E a mesma é a poeta
Mas é domingo...
O dia da magia.
Novembro de 2011
sábado, 3 de dezembro de 2011
Chuvinha
Eu gosto de chuva.
Só não gosto de chuvinha.
Dessa chuva que não chove.
É assim como
um mar sem onda,
um ar sem vento.
Algo como
um beijo sem arrepio,
um dia sem poesia,
fim de tarde sem crepúsculo,
tempestade sem vendaval,
gozo sem abraço.
Então...
Que tempinho mais xoxo este hoje!
(Flávia Côrtes - Novembro de 2011)
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domingo, 27 de novembro de 2011
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Tempos
Modernos
Tempos modernos,
de modernas paixões em minissérie.
O virtual prende a retina.
Familias conversam pelo msn.
E não é porque um deles mora na Austrália.
Ele está no quarto ao lado.
Homens e mulheres trocam mensagens via celular por dias.
E não se telefonam.
Nem se encontram.
"Tomagoshies" alimentados pelo som da mensagem,
abrindo mão da voz, do riso,
dispensando o olhar e o toque.
Instantâneos efêmeros.
Cliques desgovernados em busca do perfeito.
Buscas incessantes com uma forma na mão.
Pai, perdoa-os.
Eles não sabem o que buscam!
Tempos modernos,
de modernas paixões em minissérie.
O virtual prende a retina.
Familias conversam pelo msn.
E não é porque um deles mora na Austrália.
Ele está no quarto ao lado.
Homens e mulheres trocam mensagens via celular por dias.
E não se telefonam.
Nem se encontram.
"Tomagoshies" alimentados pelo som da mensagem,
abrindo mão da voz, do riso,
dispensando o olhar e o toque.
Instantâneos efêmeros.
Cliques desgovernados em busca do perfeito.
Buscas incessantes com uma forma na mão.
Pai, perdoa-os.
Eles não sabem o que buscam!
Flávia
Côrtes – Outubro de 2011
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sábado, 5 de novembro de 2011
Poema para um quase amor
Eu acho que podia ter te amado.
Com uma dessas paixões desesperadas,
dessas que cruzam os dias em desatino,
por um amor que um dia se perdeu.
E eu acho
que eu podia ter te amado
com uma dessas paixões desencanadas,
que cruzam as noites em desvario,
por um amor que um dia se encontrou.
Eu acho até
que eu podia ter te amado
com uma dessas paixões mansinhas,
que cruzam manhãs devagarinho,
por um amor que nem sabe se viveu.
E, certamente, eu acho
que eu podia ter te amado
com uma paixão risonha e leve,
dessas que refrescam as tardes
e dão calores na gente de madrugada.
Mas só que eu só sei
de amores
que eu tive.
Então, meu quase amor,
de quase sorrisos,
quase suspiros,
e quase arrepios,
para você,
eu dedico um poema.
Inteiro.
Outubro de 2011
Eu acho que podia ter te amado.
Com uma dessas paixões desesperadas,
dessas que cruzam os dias em desatino,
por um amor que um dia se perdeu.
E eu acho
que eu podia ter te amado
com uma dessas paixões desencanadas,
que cruzam as noites em desvario,
por um amor que um dia se encontrou.
Eu acho até
que eu podia ter te amado
com uma dessas paixões mansinhas,
que cruzam manhãs devagarinho,
por um amor que nem sabe se viveu.
E, certamente, eu acho
que eu podia ter te amado
com uma paixão risonha e leve,
dessas que refrescam as tardes
e dão calores na gente de madrugada.
Mas só que eu só sei
de amores
que eu tive.
Então, meu quase amor,
de quase sorrisos,
quase suspiros,
e quase arrepios,
para você,
eu dedico um poema.
Inteiro.
Outubro de 2011
domingo, 30 de outubro de 2011
Hieróglifos
E quando vi
falávamos de tudo
e de nada
A palavra dita misturada
na não dita
a linha embaralhada
na entrelinha
um riso entrelaçado
no meio
um assunto
sem começo ou fim
falando sem dizer
palavra
um contar da vida
um dizer do dia
que sem dizer
que conta
mostra
e eu
que me via
entoando versos
ainda não ditos
em palavras
não escritas
de uma linguagem
não inventada
te vi
leitor da entrelinha
descobridor do verso
tradutor do hieróglifo
da história
ainda não escrita
de nós dois
e agora
nos intercalamos
hora página
hora pena
hora palavra
Em tempo tempo tempo
Outubro de 2010
E quando vi
falávamos de tudo
e de nada
A palavra dita misturada
na não dita
a linha embaralhada
na entrelinha
um riso entrelaçado
no meio
um assunto
sem começo ou fim
falando sem dizer
palavra
um contar da vida
um dizer do dia
que sem dizer
que conta
mostra
e eu
que me via
entoando versos
ainda não ditos
em palavras
não escritas
de uma linguagem
não inventada
te vi
leitor da entrelinha
descobridor do verso
tradutor do hieróglifo
da história
ainda não escrita
de nós dois
e agora
nos intercalamos
hora página
hora pena
hora palavra
Em tempo tempo tempo
Outubro de 2010
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Penélope
Para entender o gênesis do desencanto
Há de se saber a origem do desejo
E aí, é só percorrer o caminho inverso
É um desfazer
Que começa
Em um não fazer
Um se distancia do outro
Sem perceber
O fio preso
No silêncio
E eu aqui
Hora tecelã
Hora Penélope
Desfaço as horas
Enquanto teço
Versos
Desfaço os versos
Enquanto
Teço horas
E enquanto teço
E enquanto verso
Desfaço-te
Outubro de 2011
Para entender o gênesis do desencanto
Há de se saber a origem do desejo
E aí, é só percorrer o caminho inverso
É um desfazer
Que começa
Em um não fazer
Um se distancia do outro
Sem perceber
O fio preso
No silêncio
E eu aqui
Hora tecelã
Hora Penélope
Desfaço as horas
Enquanto teço
Versos
Desfaço os versos
Enquanto
Teço horas
E enquanto teço
E enquanto verso
Desfaço-te
Outubro de 2011
Irmãos
Juntos caíram, juntos se levantaram, juntos riram e choraram.
Brigaram e fizeram as pazes em dois minutos, centenas de vezes, como cabe a irmãos.
Se protegeram de outros, zangados, preferindo levar porrada eles mesmos
porque só irmãos podem se bater.
E se empurraram, rindo, em direção a outros, sabendo o quanto seria bom.
E deitaram-se de mãos dadas no escuro
e contaram os sonhos assim que acordaram
e falaram de seus medos, seus pudores, seus anseios
Falaram dos dias ruins quando aconteceram
falaram das vitórias nos dias em que as viveram
Contaram seus desejos, pouco antes de decidir se iriam mesmo se entregar a estes
e, logo depois, quer em jubilo, quer em arrependimento
Deliciaram-se em saber-se entendidos pelo olhar, sem precisar explicar-se
E também explicaram-se uns aos outros, sem necessidade,
só pelo gosto de ser ouvido por quem te aceita, mesmo que não te entenda.
E, nesta troca, cresceram.
Floresceram, cada um ao seu modo.
E, ainda que diversos,
essencialmente juntos.
E, ainda que distantes,
eternamente
Irmãos.
Setembro de 2011
Juntos caíram, juntos se levantaram, juntos riram e choraram.
Brigaram e fizeram as pazes em dois minutos, centenas de vezes, como cabe a irmãos.
Se protegeram de outros, zangados, preferindo levar porrada eles mesmos
porque só irmãos podem se bater.
E se empurraram, rindo, em direção a outros, sabendo o quanto seria bom.
E deitaram-se de mãos dadas no escuro
e contaram os sonhos assim que acordaram
e falaram de seus medos, seus pudores, seus anseios
Falaram dos dias ruins quando aconteceram
falaram das vitórias nos dias em que as viveram
Contaram seus desejos, pouco antes de decidir se iriam mesmo se entregar a estes
e, logo depois, quer em jubilo, quer em arrependimento
Deliciaram-se em saber-se entendidos pelo olhar, sem precisar explicar-se
E também explicaram-se uns aos outros, sem necessidade,
só pelo gosto de ser ouvido por quem te aceita, mesmo que não te entenda.
E, nesta troca, cresceram.
Floresceram, cada um ao seu modo.
E, ainda que diversos,
essencialmente juntos.
E, ainda que distantes,
eternamente
Irmãos.
Setembro de 2011
Como Chegar
A minha varanda fica
entre uma palmeira e um antúrio,
logo depois de uma fonte
que faz barulhinho d'água...
Siga por alguns versos,
de acordo com os caminhos
que ditarem os ventos.
É recomendado perder-se um pouco pelo caminho.
Se houver dúvida, feche os olhos,
e siga o poema.
(Flávia Côrtes - Setembro de 2011)www.poetaflaviacortes.com.br
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sexta-feira, 9 de setembro de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
Verso em reflexo
A previsão
era de chuva para o fim de semana.
Só que o domingo descobriu
que eu andava muito precisada de azul
e nos surpreendeu a todos
com uma manhã clarinha.
Eu me deitei na varanda
abraçada a um livro
enrodilhada em travesseiros
para deixar o domingo
fazer manhã em mim.
Em varandas
pálpebras fechadas
cobrem de um amarelo dourado
o olhar da gente.
No dia em que construíram
o jardim do meu prédio
um engenheiro entendido de gente
colocou uma fonte
fazendo barulhinho d'água
Mães emprestam crianças ao jardim.
E as crianças emprestam risadas ao dia.
Risadas de crianças misturadas a barulhinho d'água
lavam almas
Por trás do dourado da minha pálpebra
abraçada ao meu livro,
enrodilhada em travesseiros,
sussurrada de risos e águas,
eu me amanheço
em poesia
Sempre me surpreende o quanto o domingo
me conhece e me cuida.
E eu
A previsão
era de chuva para o fim de semana.
Só que o domingo descobriu
que eu andava muito precisada de azul
e nos surpreendeu a todos
com uma manhã clarinha.
Eu me deitei na varanda
abraçada a um livro
enrodilhada em travesseiros
para deixar o domingo
fazer manhã em mim.
Em varandas
pálpebras fechadas
cobrem de um amarelo dourado
o olhar da gente.
No dia em que construíram
o jardim do meu prédio
um engenheiro entendido de gente
colocou uma fonte
fazendo barulhinho d'água
Mães emprestam crianças ao jardim.
E as crianças emprestam risadas ao dia.
Risadas de crianças misturadas a barulhinho d'água
lavam almas
Por trás do dourado da minha pálpebra
abraçada ao meu livro,
enrodilhada em travesseiros,
sussurrada de risos e águas,
eu me amanheço
em poesia
Sempre me surpreende o quanto o domingo
me conhece e me cuida.
E eu
verso
em reflexo.
em reflexo.
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sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Irrigação
Acordei seca.
Dez dias sem poesia
viram rotações.
E ressecam.
Você há de me perguntar
porque não bebi
qualquer poema
colhido
nessas dezenas de livros
espalhados pela casa
É que para estiagem assim,
dessas que racham a alma,
poema em folha
é gota.
Já não resolve.
Recomenda-se,
em casos graves como esse,
submersão imediata
em lirismo
em estado puro
Não é essencial que haja
céu azul por fora,
mas por dentro
E, imprescindível, que a pessoa
esteja propensa a folha
Feito isso,
é só abrir as comportas do mundo
sobre si mesmo
e se deixar inundar
Acreditem.
Qualquer um
vai de Saara
a Pantanal
em meia manhã
desse jeito
Aí, é só colher uma flor atrás da orelha,
deixar passar tuiuiú pela retina
e prestar atenção no barulho da água
que corre por dentro
Pronto.
Germinada em Poesia.
Agosto de 2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Túnel do Tempo
Num túnel esculpido em rocha crua
em tempos antigos,
a gota minada da pedra me transporta.
Se fecho os olhos, ainda dá para ver...
mãos escravas abrindo pedra
gritos
explosões em pólvora
estalos de chicote no ar
em um tempo distante
mas nem tanto
E a tarde pára na queda
daquela gota
para lembrar a poeta
que nem tudo que é belo
foi indolor
Julho de 2011
domingo, 31 de julho de 2011
Tempo Corrido ou Tempo Escorrido
Angra desacelera o tempo.
É como se o tempo passasse
um pouco mais lento
só para a gente
apreciar
a beleza
E é quando o tempo
passa lento assim
que dá para
descobrir
o que não se vê
em tempo corrido
Em tempo escorrido
se vê o vento fazer textura prateada em espelho d’água
brincando de ofuscar o sol
só para prender o olhar
da gente
Em tempo escorrido
se vê o sol encontrar passagens por trás das nuvens
colorindo bordas amarelo-luz em flocos cor de chumbo
só para transbordar a alma
da gente
Em tempo escorrido
se descobrem verdes
em folhas diferentes
E só em tempo escorrido
a retina admira
com propriedade devida
a arquitetura delicada
da teia
Neste domingo
Angra desacelerou o tempo para mim
por dentro
e por fora
Você pode achar que eu estou
aqui
agora
te dizendo um poema
Estou nada...
Ainda estou
acompanhando o vôo da gaivota
sobre a baía de Angra
Daqui a pouco eu volto
Mas em tempo escorrido, tá?
Julho de 2011
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Recomendações de uma Leitora de Manoel de Barros
Estou lendo a “Poesia Completa”, de Manoel de Barros. Comecei tem uns dois meses. Um livro apaixonante. Vim aqui recomendá-lo.
Você há de me perguntar como posso levar esse tempo todo para ler um livro com no máximo 500 páginas e ainda dizer que é apaixonante.
Bem, para ser sincera, eu ainda não cheguei à metade do livro. Acho que li umas 200 páginas até agora. E posso afirmar, com absoluta certeza, que é apaixonante.
Existem bons motivos para eu estar na página 200, acredite.
Na verdade, são duas coisas.
A primeira é que eu descobri que leio Manoel de Barros muito melhor em manhãs de domingo. Sim, porque os domingos, já há muito tempo, fazem manhã em mim. Manhãs de domingo escorrem – o que é perfeito para desaprender coisas. Principalmente se você está experimentando-se lagarto pela primeira vez. Hoje, por exemplo, descobri que há lagartos que dão para pedra e outros que dão para água. Domingo que vem vou tentar experimentar-me lagarto que dê para água. Porque essa coisa de tentar-se lagarto, para alguém habituado a nuvem e borboleta, é, verdadeiramente, muito difícil. Pode ser que eu esteja tentando o tipo errado de lagarto. Imagino, de qualquer forma, que eu dê muito mais para água do que para pedra. Vamos ver.
A segunda é que o verso de Manoel ecoa na gente. Você lê um verso e fica ali, olhando o eco do verso. Não dá para seguir adiante, lendo outro verso, antes de absorver aquele que está ecoando na sua frente. E têm uns versos que dão vontade de ficar manhã inteira olhando, meio como quem solta o olhar na beira do mar esperando maré subir só para descobrir o que vai sobrar de areia.
Enfim, voltando ao assunto inicial: Vim aqui recomendar um livro apaixonante que está germinando em mim.
Chama-se “Poesia Completa”. O autor é um poeta com nome de passarinho.
Flávia Côrtes
Poeta, Leitora de Poesia e Desaprendiz de Coisas
Julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Jogo
As regras são
claras,
antigas,
conhecidas.
Toda mulher aprende
ainda menina.
Ligar.
Não ligar.
Deixar.
Não deixar.
Esperar.
Instigar.
Manipular.
Conheço a cartilha.
Sei do protocolo.
Então, porque
a palavra aberta,
o olhar direto,
o sorriso claro,
o poema?
Te conto.
É esse olhar poeta
que me impede o jogo
e que me impele à vida.
Um pouco escolha,
um pouco sina,
descarto regras.
Será que perco?
Será que ganho?
Me diz você.
Eis aqui as cartas.
Eis aqui
a mulher.
conhecidas.
Toda mulher aprende
ainda menina.
Ligar.
Não ligar.
Deixar.
Não deixar.
Esperar.
Instigar.
Manipular.
Conheço a cartilha.
Sei do protocolo.
Então, porque
a palavra aberta,
o olhar direto,
o sorriso claro,
o poema?
Te conto.
É esse olhar poeta
que me impede o jogo
e que me impele à vida.
Um pouco escolha,
um pouco sina,
descarto regras.
Será que perco?
Será que ganho?
Me diz você.
Eis aqui as cartas.
Eis aqui
a mulher.
Flávia Côrtes - Julho de 2011
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Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.
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terça-feira, 12 de julho de 2011
Era uma vez
E éramos nós dois e o mundo
em um tempo
onde qualquer sonho
era possível
Sem metáforas
mas criativos,
sem encenações
mas poéticos,
desenhávamos
um futuro
de arte
e poesia
Sonhos sonhados
em madrugadas
viravam fatos
em nossos dias
Fizemos o que foi possível
antes da décima segunda badalada
dissolver o encanto
e paralisar
o sonho
Dizem que só o beijo
de um amor verdadeiro
desfaz o feitiço
Aguardemos
cem anos.
Julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
Ciclos
Quando me dei conta,
foi-se o faz de conta.
E, na realidade de nossos cotidianos,
se me perguntam
se já fiz as contas,
se valeu a pena,
me espanto...!
Contar o que?
Arte?
Intangível.
Amizade?
Imensurável.
Fechamos o ciclo,
cumprimos o círculo,
terminamos o circuito
de Outra Paixão.
E, naquilo que não tem início ou fim,
nos descobrimos,
nos mostramos,
e nos soubemos.
Então, eu te conto
incontáveis vezes
esse faz de conta.
Era uma vez, um grupo de amigos...
...
E foram felizes.
(Flávia Côrtes - Julho de 2011)
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sexta-feira, 8 de julho de 2011
segunda-feira, 4 de julho de 2011
sábado, 2 de julho de 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
(des) proporções
Pela manhã?
10% bom humor...
90% você sabe o que
Sem você por perto,
administro as proporções,
fazer o que?
música, café da manhã, um banho
Mas com você por perto
Ah, com você por perto...
Beijo onde encontrar pele
até te tirar do sono
até você me olhar com olhos que me dizem
eu bem sei o que
Julho 2011
quinta-feira, 30 de junho de 2011
quarta-feira, 29 de junho de 2011
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Desconstrução
Seria mais fácil
Desconstruir
Se você não tivesse
Esses olhos que me olham
Por dentro
E olha que eu sou
Empreiteira empenhada
Aproveitei
Tua indecisão
Esses dias
Em que olhou ali
Para o lado
E comecei
Dupla reforma
Desconstruir sentimento
E construir os meus muros
que esses
você derrubou todos
já tem uns meses
Eu já estava aqui
com as obras
bem
adiantadas, sabia?
Ah, vai,
não fica aí parado me olhando
Entra
Prepara um café
que eu te digo um poema
Junho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
Desconstrução
Seria mais fácil
Desconstruir
Se você não tivesse
Esses olhos que me olham
Por dentro
E olha que eu sou
Empreiteira empenhada
Aproveitei
Tua indecisão
Esses dias
Em que olhou ali
Para o lado
E comecei
Dupla reforma
Desconstruir sentimento
E construir os meus muros
Que esses
você derrubou todos
já tem uns meses
Eu já estava aqui
Com as obras
Bem
adiantadas, sabia?
Ah, vai
Não fica aí parado me olhando
Entra
Prepara um café
Que eu te digo um poema
Junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Poema para Quem não Perguntou
Se você tivesse me perguntado
Eu tinha te dito
Para não vir
Tinha te contado
Que estou em recesso
Feriado prolongado planejado
Mas você
Me aparece assim
Sem avisar
E eu agora, aqui,
Sem saber
Se te deixo entrar
E te peço para me esperar
Ou se te levo comigo
Ah, vai,
não me olha
com esses olhos de quem já sabe
Mania feia essa.
Sua mãe não te ensinou
A esperar convite?
Que bom.
Junho de 2011
domingo, 12 de junho de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
domingo, 5 de junho de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Cosmopolita
Como toda mulher,
trago em mim
todas as mulheres
do mundo.
Ora te olho
com olhos de gueixa
e acato.
Ora te rio
e desarmo.
De nova-iorquina desencanada
a heroína mexicana
em minutos.
Prática,
exagerada.
Mulher.
(Flávia Côrtes - Maio de 2011)
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terça-feira, 24 de maio de 2011
A dualidade não me incomoda...
Na verdade, gosto.
Hoje, pelo menos, gosto.
Texto da Série - Devaneio pela Palavra
Flávia Côrtes - Fevereiro de 2012
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Na verdade, gosto.
Hoje, pelo menos, gosto.
Texto da Série - Devaneio pela Palavra
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domingo, 22 de maio de 2011
Confissão
Apesar
da tua roupa
ainda espalhada pela casa
e da tua presença
ainda espalhada em mim,
estou te recolhendo.
Uma hora, vai virar poema.
Por hora,
só
dói.
(Flávia Côrtes - Maio 2011)
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sábado, 14 de maio de 2011
Estranha Noite
E, de repente,
Enquanto eu te contava
De sonhos trazidos
Ao real,
Você me falava
Do que não sou
Capaz
Logo a mim
Que habituei-me
A não saber do impossível
Eu não sei bem
Como
o moço
Que me falava
De janelas
Uma noite
Coloriu de amarelo
Um desenho que era
Todo azul
Vem, amor,
Vem ver o desenho
Que agora é
Todo verde
Eu espero
Maio de 2011
E, de repente,
Enquanto eu te contava
De sonhos trazidos
Ao real,
Você me falava
Do que não sou
Capaz
Logo a mim
Que habituei-me
A não saber do impossível
Eu não sei bem
Como
o moço
Que me falava
De janelas
Uma noite
Coloriu de amarelo
Um desenho que era
Todo azul
Vem, amor,
Vem ver o desenho
Que agora é
Todo verde
Eu espero
Maio de 2011
Despertar
Ela já estava acordada
Ou quase
A respiração ainda na mesma cadência do sono
E as pálpebras fechadas
mantinham a manhã do lado de fora
A consciência sonolenta
Fazia
Prazeroso o momento
A textura gelada do travesseiro sob os pés
O peso macio do edredom enrodilhado no corpo
O ronronar suave do ar condicionado sussurrando
Um verso
E o dia se vestiu de domingo
Para acordar
A poeta
Maio de 2011
Ela já estava acordada
Ou quase
A respiração ainda na mesma cadência do sono
E as pálpebras fechadas
mantinham a manhã do lado de fora
A consciência sonolenta
Fazia
Prazeroso o momento
A textura gelada do travesseiro sob os pés
O peso macio do edredom enrodilhado no corpo
O ronronar suave do ar condicionado sussurrando
Um verso
E o dia se vestiu de domingo
Para acordar
A poeta
Maio de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Apneia
E, mesmo quando eu estou
inteira em mim mesma,
conhece o caminho.
Sabedor das minhas marés,
mergulha em mar cristalino,
me descobre em calmaria,
me encontra em madrepérola,
me inspira
e submerge comigo.
Escondida em tua mão,
me faz presente
em nós dois.
(Flávia Côrtes - Abril de 2011)
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terça-feira, 29 de março de 2011
Filha do Vento
De olhos fechados
na varanda
me faço folha
ao vento
e o frescor
me invade
me leva
me toma
por dentro
e por fora
ruídos do dia
voam comigo
folhagem crepita
na ventania
que emaranha
os cabelos
e desembaraça
as entranhas
De olhos fechados
ao vento
me faço vela
à varanda
E a brisa
me infla
me solta
me move
me leva
por dentro
e prá fora
Suspiros do dia
viajam comigo
risadas
silêncios
murmúrios
sussurros
De olhos fechados
ao vento
me faço
varanda
Filha do vento
Flutuo ventania
Março 2011
De olhos fechados
na varanda
me faço folha
ao vento
e o frescor
me invade
me leva
me toma
por dentro
e por fora
ruídos do dia
voam comigo
folhagem crepita
na ventania
que emaranha
os cabelos
e desembaraça
as entranhas
De olhos fechados
ao vento
me faço vela
à varanda
E a brisa
me infla
me solta
me move
me leva
por dentro
e prá fora
Suspiros do dia
viajam comigo
risadas
silêncios
murmúrios
sussurros
De olhos fechados
ao vento
me faço
varanda
Filha do vento
Flutuo ventania
Março 2011
quinta-feira, 24 de março de 2011
Encaixe
Se quem pensou improvável
soubesse,
saberia inevitável.
Na figura do côncavo
e do convexo,
contrastes
se somam
e se integram.
E a tua luz
combina
as minhas sombras.
E o meu azul
espelha
o teu celeste.
E maciez suspira
na aspereza delicada
das mãos.
Se quem pensou improvável
soubesse,
saberia inevitável.
Na figura do côncavo
e do convexo,
contrastes
se somam
e se integram.
E a tua luz
combina
as minhas sombras.
E o meu azul
espelha
o teu celeste.
E maciez suspira
na aspereza delicada
das mãos.
Provavelmente
evitável.
Possivelmente improvável.
Completamente possível.
Possivelmente improvável.
Completamente possível.
Irresistível.
(Flávia Côrtes - Março de 2011)
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quinta-feira, 17 de março de 2011
Peço-te
Descobri
Que não posso mais
Ter você em volta
Todo dia
Amo-te
E por isso peço-te
Vá
Peço-te
Com a certeza dos que amam
E se sabem amados
Vá
E ao te pedir
Já me dói tua ausência
Já anseio a tua
Chegada
Preciso que se vá
Para que possas chegar
De novo
Preciso que se vá
para que eu possa
te encontrar
De novo
Preciso que se vá
para que eu possa
me encontrar
De novo
Amo-te
E por isso peço-te
Vá
Volta prá mim
Março de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Autoanálise
Não escrevo em autofagia.
Apenas em fagia mesmo.
Pela minha palavra,
devoro o mundo.
E meio que não me reconheço
se não transbordo
Poesia.
Não escrevo em autofagia.
Apenas em fagia mesmo.
Pela minha palavra,
devoro o mundo.
E meio que não me reconheço
se não transbordo
Poesia.
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domingo, 20 de fevereiro de 2011
Linda e Lenta Manhã
O domingo trouxe
uma manhã clara
e quase fresca
de verão
Dessas manhãs tão lindas
e lentas
que simplesmente
não se vão
Sabe essas manhãs
que não correm
escorrem?
Dessas que se deixam
dentro do dia
inteiro?
Pois é.
Já vai prá mais de cinco
horas
e eu estou aqui
numa manhã linda e lenta
de domingo
conversando de tudos e de nadas
lagarteando varandas
Vai ser um por do sol lindo
o desta manhã!
Fevereiro de 2011
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Crescimento
E o bebê deu altura de porta.
Pontinha dos pés,
mãozinha esticada,
mas altura de porta!
Não tem mais maçaneta
que segure!
(Flávia Côrtes - Fevereiro de 2011)
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Amazona
Na folha branca,
pastam idéias.
No lápis,
o laço.
Em horas brancas,
trotam versos
selvagens.
No olhar da poeta,
um tanto de Hipólita.
pastam idéias.
No lápis,
o laço.
Em horas brancas,
trotam versos
selvagens.
No olhar da poeta,
um tanto de Hipólita.
No olhar do poema,
um tanto de Pégaso
Não se sabe ainda
quem domando
quem.
um tanto de Pégaso
Não se sabe ainda
quem domando
quem.
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Água Raz
Ah, meu amor,
mas isso foi há tanta horas.
As horas dissolvem o desejo.
Só não me olhe assim,
ou o desejo dissolve as horas!
Ah, meu amor, já são tantos os dias...
Quem foi que disse
que os dias dissolvem a vontade?
De certo
alguém que não sabia
dissolver as horas!
Flávia Côrtes - Fevereiro de 2011
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
O meu verso... o seu verso... o nosso verso
E quando eu escrevo sobre o sentimento
E não sobre o fato
O poema ganha
Universalidade
E vira de todo mundo
Porque o sentimento
é igual
para todo o mundo
Ele só se veste de forma diferente
Nas diferentes vidas das pessoas
Nas diferentes situações
Em que nos encontramos
Todos
Pessoas
Iguais
Humanos
Janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Exemplos
Meus pais me doaram muitas coisas nesses muitos anos de aprendiz. Sim, porque filhos são aprendizes. Com sorte, aprendizes de seus Pais. Se a Vida assim não permitir, aprendizes da Vida mesmo - que mais cedo ou mais tarde adota todos os filhos, de qualquer forma.
Não vou discorrer aqui sobre todo o riso, toda a serenidade, toda a eletricidade ou todo o amor que minha mãe imprimiu em mim em todos estes anos. Nem vou contar das lições de Humanidade pontilhadas nos meus dias desde sempre. Hoje, conto para vocês só do Exemplo Feminino.
Conto do tanto de mágico que foi ver, nos incontáveis dias de minha infância, aquela dona de casa se arrumando logo cedo: perfume, batom e vestido para o expediente de mãe e esposa.
Foi minha mãe que me ensinou, por exemplo, que perfume é algo que se passa porque é bom da gente mesma sentir o cheiro. Levou anos para eu perceber que a gota atrás da nuca nunca faltou.
Minha mãe, neste ano, faz 70 anos. E você pode chegar na sua casa a qualquer hora do dia que vai encontrá-la em lavanda e vestido. Os 40% de perda óssea que a Osteoporose roubou de seu esqueleto e os quase 50% de capacidade pulmonar que a Enfisema levou do seu fôlego a impedem de algumas coisas. Mas só algumas. Não consegue mais, por exemplo, curvar-se, depois do banho, para o ritual diário de lixa e creme nos pés.
Semana passada, meus pais vieram passar uns dias aqui em casa. E eu descobri que meu pai, aos 72 anos, cuida dos pés da minha mãe, com lixa, creme e conversa e, enquanto faz isso, leva nos olhos Lavanda.
Meu pai me doou muitas coisas nesses muitos anos de aprendiz. Hoje, eu contei para vocês só o Exemplo Masculino.
Janeiro de 2011
Meus pais me doaram muitas coisas nesses muitos anos de aprendiz. Sim, porque filhos são aprendizes. Com sorte, aprendizes de seus Pais. Se a Vida assim não permitir, aprendizes da Vida mesmo - que mais cedo ou mais tarde adota todos os filhos, de qualquer forma.
Não vou discorrer aqui sobre todo o riso, toda a serenidade, toda a eletricidade ou todo o amor que minha mãe imprimiu em mim em todos estes anos. Nem vou contar das lições de Humanidade pontilhadas nos meus dias desde sempre. Hoje, conto para vocês só do Exemplo Feminino.
Conto do tanto de mágico que foi ver, nos incontáveis dias de minha infância, aquela dona de casa se arrumando logo cedo: perfume, batom e vestido para o expediente de mãe e esposa.
Foi minha mãe que me ensinou, por exemplo, que perfume é algo que se passa porque é bom da gente mesma sentir o cheiro. Levou anos para eu perceber que a gota atrás da nuca nunca faltou.
Minha mãe, neste ano, faz 70 anos. E você pode chegar na sua casa a qualquer hora do dia que vai encontrá-la em lavanda e vestido. Os 40% de perda óssea que a Osteoporose roubou de seu esqueleto e os quase 50% de capacidade pulmonar que a Enfisema levou do seu fôlego a impedem de algumas coisas. Mas só algumas. Não consegue mais, por exemplo, curvar-se, depois do banho, para o ritual diário de lixa e creme nos pés.
Semana passada, meus pais vieram passar uns dias aqui em casa. E eu descobri que meu pai, aos 72 anos, cuida dos pés da minha mãe, com lixa, creme e conversa e, enquanto faz isso, leva nos olhos Lavanda.
Meu pai me doou muitas coisas nesses muitos anos de aprendiz. Hoje, eu contei para vocês só o Exemplo Masculino.
Janeiro de 2011
domingo, 2 de janeiro de 2011
Ensaio sobre o “Não"
Acontece que o meu
Não
é um tantinho
subversivo
Tenho um
Não Saber
Curioso
E um
Não Poder
Imprudente
Meu
Não Ser
É criativo
E o meu
Não Querer...
Ah, o meu Não Querer...
Este
Só conhece o limite
da minha Vontade
Não, não é preguiçoso
o meu
Não Querer!
Só que o pobrezinho
apaixonou-se, há anos,
pela minha Vontade
Derrete-se todo
ao primeiro sorriso dela
É só a minha Vontade
olhar para ele
e pronto!
O meu Não Querer
vira "nãozinho"!
Pois é,
de todos os meus
Nãos
o que me dá mais trabalho
É este
Apaixonado
Não Querer!
Janeiro de 2010
Acontece que o meu
Não
é um tantinho
subversivo
Tenho um
Não Saber
Curioso
E um
Não Poder
Imprudente
Meu
Não Ser
É criativo
E o meu
Não Querer...
Ah, o meu Não Querer...
Este
Só conhece o limite
da minha Vontade
Não, não é preguiçoso
o meu
Não Querer!
Só que o pobrezinho
apaixonou-se, há anos,
pela minha Vontade
Derrete-se todo
ao primeiro sorriso dela
É só a minha Vontade
olhar para ele
e pronto!
O meu Não Querer
vira "nãozinho"!
Pois é,
de todos os meus
Nãos
o que me dá mais trabalho
É este
Apaixonado
Não Querer!
Janeiro de 2010
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