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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pingos

Explica mais nada, não
Meus "is" estão super bem
Sem os pingos

Já tem, nessa história,
Pingo demais
Para pouco "i"

Acredite
Nunca fiz questão de pingos
Prefiro que me inundem
Nunca me detive em poças
Me encantam corredeiras

Então, a esta altura,
Respingos?
Precisa, não

Maio de 2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011



Cosmopolita

Como toda mulher,
trago em mim
todas as mulheres
do mundo.

Ora te olho
com olhos de gueixa
e acato.

Ora te rio
e desarmo.

De nova-iorquina desencanada
a heroína mexicana
em minutos.

Prática,
exagerada.

Mulher.


(Flávia Côrtes - Maio de 2011)
www.poetaflaviacortes.com.br


Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.



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Poesia Falada: Confira tudo sobre o CD no link Verso em Voz
Maiores informações: contato@poetaflaviacortes.com.br
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Mexicana

Está bem.
Isso está, sim,
um tantinho exagerado.

Da próxima vez que acordar assim
preparo nachos.

Devaneio pela Palavra
Maio de 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011


A dualidade não me incomoda...
Na verdade, gosto.
Hoje, pelo menos, gosto.


Texto da Série - Devaneio pela Palavra

Flávia Côrtes -  Fevereiro de 2012
www.poetaflaviacortes.com.br
Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.
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domingo, 22 de maio de 2011

Eu sei

Não me pergunta se eu te amo
A pergunta não é mais esta
Isso sempre foi certeza

Me pergunta se eu te quero
Não quero
Isso agora é certeza

Teu "não sei"
Virou certeza em mim

Maio de 2011



Confissão

Apesar
da tua roupa
ainda espalhada pela casa

e da tua presença
ainda espalhada em mim,

estou te recolhendo.

Uma hora, vai virar poema.

Por hora,

dói.

(Flávia Côrtes - Maio 2011)

www.poetaflaviacortes.com.br


Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.
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sábado, 14 de maio de 2011

Estranha Noite

E, de repente,
Enquanto eu te contava
De sonhos trazidos
Ao real,

Você me falava
Do que não sou
Capaz

Logo a mim
Que habituei-me
A não saber do impossível

Eu não sei bem
Como

o moço
Que me falava
De janelas

Uma noite
Coloriu de amarelo
Um desenho que era
Todo azul

Vem, amor,
Vem ver o desenho
Que agora é
Todo verde

Eu espero

Maio de 2011
O melhor lugar

O melhor lugar
Do mundo
Para esta poltrona
É aqui

Aqui
Onde a luz do dia
Me deixa ver
Que a página deste Drummond
É verde

É verde
E combina
Com a cor do meu vestido

Não me deixa esquecer, amor
O melhor lugar do mundo
É aqui

Maio de 2011
Yasmim

E você me levava
Em mágica viagem
De música
E cores

Ao alcance
De um toque
Descortinava
Um mundo

Um vôo
Na ponta dos dedos

E foi assim
Que uma noite
Se fez em mil

E foi assim
Que te vi

Aladdin
Em mim

Maio de 2011
Dispnéia

Porque se não me dou um tempo
para respirar o mundo

Eu sufoco

Maio de 2011
Despertar

Ela já estava acordada
Ou quase

A respiração ainda na mesma cadência do sono
E as pálpebras fechadas
mantinham a manhã do lado de fora

A consciência sonolenta
Fazia
Prazeroso o momento

A textura gelada do travesseiro sob os pés
O peso macio do edredom enrodilhado no corpo
O ronronar suave do ar condicionado sussurrando
Um verso

E o dia se vestiu de domingo
Para acordar
A poeta

Maio de 2011