Primeiro Maio
Primeiro Dia das Mães sem Mamãe
Primeiro Dia das Mães com Sophia
Já há uma semana que não tem sido fácil.
Sim, Sophia ameniza tudo.
Há dias que ela me faz pequenos presentes de Dia das Mães. Me entrega uma folha branca que ela conta que é uma barquinho (e agora é). Me dá uma caixinha com papel picado dentro que faz barulhinho quando sacode e ela diz que é uma caixinha de música (e agora é). Me dá desenhos, abraços, carinhos... intercalados com um "feliz dia das mães... todos os dias esta semana.
Hoje, Sophia e Everson me acordariam à meia noite, com beijos e bombons. E ela estava tão feliz com a surpresa que não tinha como eu ficar triste. Fui dormir acalentada por este sentimento bom.
Mas os dias tem 24 horas e, em semana de Dia das Mães, não tem como não ter saudades.
Quase um ano depois, nem toda saudade de mamãe é lágrima. Muitas vezes, a lembrança é riso.
Como aquele dia em que ela me pediu um radinho de pilha porque a TV quebrou... e é claro que ela ganhou a televisão E o radinho.
Mas, apesar de tudo que ameniza esse estranho e novo mês de maio:
não, não têm sido dias fáceis.
Não têm, não.
(Flávia Côrtes - maio de 2015)
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sábado, 23 de maio de 2015
Cotidiano
conta a canção
de um amor rasgado e passional.
Depois da faxina, na varanda, brincam
a menina, o homem e o cão.
Na cozinha,
a mulher, o feijão
e o Poema.
A olhar de fora,
um sonho americano.
A viver por dentro,
pura realidade
brasileira e Humana
de dias feitos de cotidiano,
despertadores às seis da manhã
e contas de luz em Bandeira Vermelha.
A cena da novela não conta,
mas ao jantar em família,
antecede o fogão
e sucede a louça.
O comercial dá bom dia
sem mostrar a noite insone
de pais escalados na madrugada,
Plantão Sagrado de quem vela
um sono-criança.
A vida ao vivo recusa etiquetas
e existe todo dia
risonha ou preocupada,
desperta ou sonolenta,
terna ou irritada.
E está aí a Beleza
dos que se escolhem todo dia
porque se amam.
(Flávia Côrtes - maio de 2015)
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