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quarta-feira, 21 de março de 2012



A Olho Nu
Tem uma certa mágica
em descobrir a pessoa
por trás da pessoa
que a gente se acostumou
a olhar.

Cada um é um.
E, ao mesmo tempo,
é tantos.

Por trás de cada mãe,
uma mulher.

E, sendo mulher,
por trás de cada mulher que é,
tantas.
E outras.

Por trás de cada amiga,
uma mãe.

E, sendo mãe,
por trás de cada mãe que é,
tantas.
E muitas.

Por trás de cada amor
um homem.

E, sendo homem,
por trás de cada homem que é,
antônimo.

E atrás de cada face,
e por trás de cada fase,
cada um é camada
de si mesmo.

Homem,
mulher,
humano.

E, a cada um de nós,
que também somos tantos,
cabe a experiência
e a descoberta.

Se despe dos olhos de filho.
Esvazia retinas amigas.
Desnuda teu olhar de amante.

E, a olho nu,
descobre a outra história.
Pergunta a nova opinião.
Observa o gesto além do gesto.
Aprende o riso que não é espelho.

Não da uma que você já conhece,
nem da outra que você já esperava,
nem daquele que você já sabia,
mas de quem você vai ver
surgir
agora.

Aprende que
"várias"
é mais que palavra feminina
nascida plural.


É Palavra Humana.




Flávia Côrtes - Março de 2012

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