Cochilo
Acordou com um cansaço essencial. Cansaço do corpo.
A rotina a arrastou para o dia. O corpo, relutante, seguiu a agenda. A voz rouca, os músculos doloridos, a mente embaçada... mas seguiu.
Meio do dia, almoço em casa, ela se rende ao corpo.
Suspira abraçada ao travesseiro.
O lençol faz um carinho de leve na pele,
o edredom a abraça,
os olhos pesam
e ela se entrega a escuridão.
Daqui a pouco, segue para a semana alucinada no trabalho.
Daqui a pouco a mente volta a girar.
Daqui a pouco, a alma volta a voar.
Mas só daqui a pouco.
(Flávia Côrtes - Julho de 2009)
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