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sexta-feira, 26 de julho de 2013



Memória Afetiva


Um dia eu descobri
que as borboletas
eram pétalas
que meu pensamento alado
revoou.

Mas e daí...?

Hoje cedo eu também vi
que onde Ipês,
Alamandas.

E nem por isso menos amarelas.
E nem por isso eu menos colibri.

E se nem por isso menos,
talvez por isso tanto.

Chame de percepção
se quiser.

Eu
poesia.

(Flávia Côrtes - Julho de 2013)


www.poetaflaviacortes.com.br

Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.



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terça-feira, 16 de julho de 2013



O que é o que é?


Eu não faço idéia do que acontece em algumas madrugadas no andar de cima. Quer dizer, eu acho que só acontece em algumas madrugadas. Mas pode ser que aconteça em todas. E eu só perceba quando acordo de noite por sede ou pesadelos.

É um barulho engraçado. O som parece com rodinhas ou rolimãs... e não são poucas! Ou, então, de algo borbulhando alto.

Não é nem que incomode demais. Nunca é o barulho que me acorda.
Mas quem é que consegue dormir depois imaginando
o que
será
aquilo...?

Máquina de lavar roupa ligada na madrugada..?
Bomba de piscina borbulhando no ar vazio...?
Meia dúzia de crianças insones andando de velotrol...?
Fábrica de costura clandestina com máquinas antigas de pedal...?
Fantasmas arrastando correntes pelos cômodos vazios...?

Enfim, moro aqui há seis anos. E há seis anos me intriga o barulho.

Algumas vezes já pensei em ir lá tocar a campainha e descobrir. Mas a curiosidade nunca foi maior do que a preguiça de levantar da cama.

De mais a mais, invariavelmente eu acabo dormindo no meio do jogo de adivinhar o barulho.

Ou, então, ocupo-me com algo mais interessante do que discutir com vizinhos às três da manhã.

Hoje, escrevo.

(Flávia Côrtes - Julho de 2013)



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Concordâncias


Para saber
como é a pessoa
veja como ela age

quando o pronome
deixa de ser
na primeira pessoa.

(Flávia Côrtes - Julho de 2013)




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domingo, 7 de julho de 2013



Amparo


Só parece
que é você
quem cuida

quando
quem é cuidado

é alicerce.

(Flávia Côrtes - Julho de 2013)





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Notícias Descompostas

Bem-te-vi
abrindo a manhã
conta que está sol.

Não tem malmequer
que abale
esse bem querer.

Plantou um
copo-de-leite nos olhos
e a deixou assim
toda terna.

Amor-perfeito apaixonado
por girassol
abandonou o quintal.

Sempre-viva
preferia-se guirlanda
e saltou do vaso de flor.

Para reforma ortográfica,
ninguém pediu plebiscito.

A poeta
não encontrava palavra
para fechar o poema.

Não tem problema
porque o poema
também não encontrava
quando abriu a poeta.

A gente finge que é cinema
e escreve

FIM

(Flávia Côrtes - Julho de 2013)

sexta-feira, 5 de julho de 2013




Mudança de Planos

A viagem seria no fim da tarde
em um dia em que

a reunião atrasou;
pediram um relatório extra;
34.000 emails "duplicaram" na caixa postal ;
o teclado desconfigurou;
a impressora parou de imprimir;
os táxis desapareceram.

Nada acontece por acaso.

Graças a Deus,
que te faz ficar
exatamente
onde você precisa
e quer estar.




Flávia Côrtes - Julho de 2013

(Para meus irmãos e minha mãezinha)

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Coisa de Passarinho

Estava chovendo bem pouquinho.

Parei três minutos
para ver um passarinho
beijando flor
em frente ao meu portão.

Passarinho com asa molhada
também voa...?!

Surpreendente mesmo
é que levou três minutos
para crescer um ipê amarelo 
em frente ao meu portão.

Mágico o dia
em que o teu pensamento amarelo
voa assim.

Coisa de passarinho.



Flávia Côrtes - Julho de 2013



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segunda-feira, 1 de julho de 2013



Combinou com os russos?

As pessoas são o melhor que elas podem ser
no momento em que estão sendo.

E pode ser
que esteja
tudo bem.

Basta bastar.

Flávia Côrtes - Julho de 2013





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