Só ainda que não sozinha
É preciso fazer.
Tenho que resolver.
Nada de novo sob o céu.
Sempre foi assim.
Então, por que só agora
essa sensação horrível
de isolamento em mar revolto?
Por que só agora
esse aperto no peito,
enquanto a maré sobe?
Náufraga tantas vezes
de mim mesma,
já não me atiro mais
à correnteza.
É que é preciso poder voltar
quando não se está só.
Só não sei se isso ajuda.
Flávia Côrtes
Agosto de 2021