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quinta-feira, 20 de maio de 2010



Comigo acontece assim

Por algum motivo,
pode ser do nada,
pode ser no meio da noite,
pode ser conversando com alguém,
pode ser escovando os dentes de manhã.

Um pensamento,
um sentimento,
cristaliza em palavra.

Em frase,

em verso,
gruda no pensamento.

Pronto.
Acabou a minha paz.

Aquilo fica ali se repetindo.
Às vezes, só um pouquinho.

Vez em quando,
como um "jingle" interminável.

Aí, de alguma forma,
as palavras vão me rodeando.

Às vezes, versos inteiros.
Às vezes, só sentimento
antes mesmo de vestir palavra.

E, uma hora,
quando o pensamento soltar no vento,
ou porque eu mesma soltei,
ou porque ele voou sozinho,
o texto se esparrama
inteiro
no papel.

Não é algo voluntário.
Só acontece.
(Flávia Côrtes - Maio de 2010)

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Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.
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E a poeta sorriu

O poema sorriu para ela
E a poeta sorriu de volta


Devaneio que veio quase em um suspiro, ao ler um texto de um amigo, Yves Mansur, que diz assim:

A inteligência sorriu pra ela...
e a poeta sorriu de volta

o morango que passeia na caipirinha
As dualidades de pessoa, ou de buarque
a música de manhãzinha

Conserva seu sorriso de menina
a autora, que não tem medo de nada
e se tiver, penso que domina


Maio de 2010

(Obrigada, Yves! Pelos poemas... o seu e o meu. E por tudo o mais!)



uma vida vivida
ou não vivida
você escolhe

Maio de 2010

Devaneios pela palavra

Para saber de mim
Tira os olhos do papel
E olha para mim

Das coisas que eu sou
Eu posso te dizer
Mas acho
Vai gostar mais de descobrir

Das coisas que eu gosto
Eu posso te contar
Mas acho
Vou gostar mais de te mostrar

Das coisas que eu sinto
Eu posso te falar
Mas acho
Vai gostar mais de me sentir

E
Das coisas que eu faria
Das portas que eu abriria
Dos lugares aonde iria

Ah, desses
Nem eu sei

Só sei
Que a mim permito

Sempre

Tanto ir
Como não ir


Maio de 2010