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quinta-feira, 23 de julho de 2009



Cética

Eu sei do teu desejo.
Só não espero a tua vontade.
Não espero eco.

Não por não querer, só por saber.
Ainda assim, mostro.
Mais que mostro, conto.

Não calo o que abala.
Não escondo sorrisos.
Não abafo suspiros.
Se te quero, eu digo.
Se sinto, eu falo.
Se me quer, 
acostuma.  

Mas saiba:
muito pouco me abala.

Derreto no teu beijo, me desfaço no teu toque.
Mas se não me seduz, não me cativa.
Se não me desafia, não te guardo.
Se não me instiga, não me tem.

Eu quero que você vença.
Mas não vou te deixar ganhar.

Então,
duvido.

Flávia Côrtes - Julho de 2009

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Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.
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A frase não tinha nem mesmo formado palavra quando deslizou suavemente por ela. Foi buscá-la no sonho. Acordou e ficou olhando o alvorecer do verso. Era um desses versos que prefere não vestir palavra. Que fica olhando para você nu. Ficaram os dois ali se olhando, tranqüilos e nus. Tinha um quê sacana aquele verso. Se estivesse com mais tempo, dobrava-o.

Julho de 2009 – minutos antes do som do despertador me arrancar da cama