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domingo, 9 de dezembro de 2012

Mirante

A noite era escura
após a tarde quente.

O deck de madeira projetado sobre o mar
havia sido colocado ali
para que fosse possível olhar.

E, por isso, ela olhava.

No parapeito de si mesma
observava o canto do mundo.

Olhos perdidos
onde o azul encontra o azul.

Um vento quase fresco
revoava as saias das moças.

Com algum esforço,
deixava-se de ouvir os sons da cidade.

Projetada sobre o mar,
envolta em vento,
por um momento
vislumbrou o infinito.

E ele era azul.

(Flávia Côrtes - dezembro de 2012)
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