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segunda-feira, 14 de junho de 2010



Teu olhar perverte meu lado santa

Impensadamente sabendo
Insensatamente buscando
Indecorosamente permitindo
Deliciosamente descobrindo
Teu olhar perverte meu lado santa

Junho de 2010

Versos que me reconhecem mulher

Te leio
E te escrevo

Desarticulada
Pensamento intercalado
Entrelaçado
Misturado
Em verso
Em sensação

Verso que ecoa em voz
Voz que tremula em verso
Labareda

Pensamento
que toca
que envolve
que prende
que solta
que fita
denso
desnudo

Transpiro-te
Em versos
Que me reconhecem mulher

Junho de 2010
Uma semana sem escrever

Escrevo como quem respira, suspira, inspira, transpira... uma semana sem me derramar em papel é algo como prender a respiração por tempo de mais

Junho de 2010

Do meu eu que não é lírico

Saibamos, então
Do eu que não é lírico

Mas, olha,
Vai ter que descobrir

Às vezes
Nem eu
Sei tanto assim

Lírico
ou não lírico?

Um e outro
Um sem o outro
Um por dentro do outro
Depende tanto!

E se você já vê
Em uma única entrelinha
Tanto

E você já lê
Na palavra que eu não digo
Meu desalinho

E ainda nem me viu não lírica

Ou será que viu?

Junho de 2010