Arquivo do blog

domingo, 6 de janeiro de 2013


Desalinhos

Não há arrepio arrepiado
que desalinhe de fato
se não desfizer antes
a linha do pensamento.

É o não adivinhado
e o não previsto
que faz a gente perder
o caminho do "não".



(Flávia Côrtes - Janeiro de 2013)

Quase Poema de Beijinhos


Havia já um tempo
que eu não me amanhecia.

E o dia começava
daquele mesmo jeito
que já se sabia.

Um jeito de todo dia.

E eu seguia por tardes brancas
em busca de lagos azuis
pontilhados de beijinhos de chuva
como peixes suspirando ar.

Em uma tarde assim
um verso de beijinhos revoava
em volta de mim.

Mas eu não sei
como termina esse verso.

Ficou caído na poça d'água.


(Flávia Côrtes - Janeiro de 2013)