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sexta-feira, 24 de maio de 2019

Era uma vez um espaço que ia ser  um armário... 
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Acho, de verdade, que algumas coisas e lugares descobrem sua natureza antes mesmo da gente saber.

Casa em obra há 6 meses, depois de muito “derruba parede e sobe parede” sobrou um “nicho” na entrada do meu quarto que eu havia decretado perfeito para um armário.

Sem saber do armário, o eletricista colocou uma lâmpada. 

Sem saber do armário, a moça da faxina colocou lá uma estante branquinha que estava esquecida no quarto da Sophia e entulhou de coisas.

Semana passada, arrumando a bagunça desse “quase-pós-obra”, desencaixotei meus livros que moravam há 3 anos em caixas organizadoras e achei que ficariam bem “provisoriamente” nessa estante.

Ontem, chego em casa e Sophia me pergunta.

“Mamãe, posso colocar meus livros lá na nossa Biblioteca?”

“Biblioteca, filha?”

“É, mamãe, a nossa Biblioteca nova...! Hoje eu até já peguei lá um livro de poema para ler.... estou querendo colocar um papelzinho na parede da entrada dizendo ..... Sophia pegou no dia tal e devolveu no dia tal... posso?”

E apontou para o “nicho”  do fim do corredor, onde estão morando os meus livros.

Foi assim que descobri que agora temos uma biblioteca... 😮

Quando eu digo que os meus livros têm vida e se espalham por onde querem, as pessoas duvidam.


Em tempo: Sophia colocou o papelzinho para registrar as leituras na parede e já pegou outro livro hoje.

(Flávia Côrtes - maio de 2019)
Saudade e Nostalgia

Nem toda saudade
é triste.

Saudade é
uma ausência,
uma vazio,
uma falta.

Um grito mudo
em noite escura.

Um oco no peito
roendo os dias.

Já a nostalgia
traz dentro de si
um encanto.

Retalhos e ecos
de um tempo
bom.

Reminiscência terna
que te faz
bem.

E se Saudade é
lacuna que arde,

Nostalgia,
em contrário,
preenche.


(Flávia Côrtes - Maio de 2019)
Para Aderbal e Helena que, presentes mesmo na ausência, todo dia me mostram que nem toda saudade é triste.