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domingo, 25 de maio de 2014

Plena

Com você eu sou inteira

toda face descoberta
toda palavra permitida

cada lado exposto
cada esquina desbravada

amante da fantasia
parceiro do dia a dia
cúmplice do que eu não pude
aliado do que eu quero

Meu homem
e meu amor.

(Flávia Côrtes - Maio de 2014)

Desequilibristas

A vida é ao vivo.
Não há ensaio.
Tiraram a rede de proteção.

Convém treinar
equilíbrio nos passos.

Vale manter
abertos os olhos.

Mas que adianta cautela
quando viver
é a possibilidade?

A certa altura
a gente aprende a cair
sem se estilhaçar.

Vantagem de quem se arrisca.

Não vai doer menos.
Mas facilita na hora de levantar.

E agora estamos
os dois aqui
no meio do azul
respiração entrecortada
olhos nos olhos
a vinte metros do chão
suspensos e inteiros ainda
e sem qualquer proteção.

Firmamos as mãos.
Fixamos os olhos.

Conectados soltamos
corpo, coração e pensamento.

E voamos.

(Flávia Côrtes - maio de 2014)

Saudade

De repente
todos os versos
de amor
são nossos.

Todas as canções
fazem sentido

Qualquer ciranda
fala da gente

Que tormento isso.
Dói a espera.

A saudade é tanta
que sai de mim
e fica flutuando em volta
quase palpável.

Eu vou colher no ar
com as mãos
uns flocos de saudade

e guardar no travesseiro
para tentar dormir.

(Flávia Côrtes - maio de 2014)
Enlace

A vida deu uma guinada
e reordenou
todas as prioridades.

(... e rotas... e planos....)

E só o que eu sei
é que eu te quero
aqui
exatamente como está
agora.

Entrelaçado
comigo

por dentro
e por fora.

(Flávia Côrtes - maio de 2014)