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terça-feira, 27 de maio de 2014

Nem todo sólido se desfaz.

Quando você acha
que nada mais poderia
dar errado,
é quando realiza
que ninguém mais há
além de você.

Algumas coisas
simplesmente precisam
ser feitas.

E a gente acha força.

Sempre há
um pouco mais de força.

Em dias assim, é mágico
quando alguém te surpreende.

Tem gente que sabe da gente
antes mesmo da gente.

(Flávia Côrtes - Maio de 2014)
Para Everson, com amor.

domingo, 25 de maio de 2014

Plena

Com você eu sou inteira

toda face descoberta
toda palavra permitida

cada lado exposto
cada esquina desbravada

amante da fantasia
parceiro do dia a dia
cúmplice do que eu não pude
aliado do que eu quero

Meu homem
e meu amor.

(Flávia Côrtes - Maio de 2014)

Desequilibristas

A vida é ao vivo.
Não há ensaio.
Tiraram a rede de proteção.

Convém treinar
equilíbrio nos passos.

Vale manter
abertos os olhos.

Mas que adianta cautela
quando viver
é a possibilidade?

A certa altura
a gente aprende a cair
sem se estilhaçar.

Vantagem de quem se arrisca.

Não vai doer menos.
Mas facilita na hora de levantar.

E agora estamos
os dois aqui
no meio do azul
respiração entrecortada
olhos nos olhos
a vinte metros do chão
suspensos e inteiros ainda
e sem qualquer proteção.

Firmamos as mãos.
Fixamos os olhos.

Conectados soltamos
corpo, coração e pensamento.

E voamos.

(Flávia Côrtes - maio de 2014)

Saudade

De repente
todos os versos
de amor
são nossos.

Todas as canções
fazem sentido

Qualquer ciranda
fala da gente

Que tormento isso.
Dói a espera.

A saudade é tanta
que sai de mim
e fica flutuando em volta
quase palpável.

Eu vou colher no ar
com as mãos
uns flocos de saudade

e guardar no travesseiro
para tentar dormir.

(Flávia Côrtes - maio de 2014)
Enlace

A vida deu uma guinada
e reordenou
todas as prioridades.

(... e rotas... e planos....)

E só o que eu sei
é que eu te quero
aqui
exatamente como está
agora.

Entrelaçado
comigo

por dentro
e por fora.

(Flávia Côrtes - maio de 2014)

quinta-feira, 15 de maio de 2014


Loucos ou não

Quando a noite virou manhã
trouxe junto uma paixão
inesperada
e improvável.

Tinha tudo para dar errado.

E a única coisa necessária
para que desse certo.

Bem mais
que um bem querer.
Uma fome invadindo o peito.

Muito mais
que uma vontade.
Um desatino roubando o sono.

Coração desarvorado
em mais de um sentido.

E eu agora
te levo nos olhos.

E eu agora
te levo por dentro.

É que
a loucura
despiu o improvável
para vestir o sonho.

(Flávia Côrtes - Maio de 2014)

Insônia, teu nome é Saudade.
(Flávia Côrtes - Devaneios pela Palavra - Maio de 2014)

sexta-feira, 2 de maio de 2014


Certeza

Eu te sabia muito.

Desde a noite
em que me olhou
por dentro.

Um homem
que me conhece o cheiro
e me adivinha os olhos
não seria menos.

Mas
e esse tanto?
e esse sempre?

Como é
que eu te acompanho
uns passos
e você me leva assim
inteira?

Como é
que eu te abro
o corpo
e você se instala assim
nos poros?

E eu
que anoiteci pergunta
amanheço
sem precisar resposta.

(Flávia Côrtes - maio de 2014)