Cotidiano
conta a canção
de um amor rasgado e passional.
Depois da faxina, na varanda, brincam
a menina, o homem e o cão.
Na cozinha,
a mulher, o feijão
e o Poema.
A olhar de fora,
um sonho americano.
A viver por dentro,
pura realidade
brasileira e Humana
de dias feitos de cotidiano,
despertadores às seis da manhã
e contas de luz em Bandeira Vermelha.
A cena da novela não conta,
mas ao jantar em família,
antecede o fogão
e sucede a louça.
O comercial dá bom dia
sem mostrar a noite insone
de pais escalados na madrugada,
Plantão Sagrado de quem vela
um sono-criança.
A vida ao vivo recusa etiquetas
e existe todo dia
risonha ou preocupada,
desperta ou sonolenta,
terna ou irritada.
E está aí a Beleza
dos que se escolhem todo dia
porque se amam.
(Flávia Côrtes - maio de 2015)
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