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terça-feira, 29 de março de 2011

Filha do Vento

De olhos fechados
na varanda
me faço folha
ao vento

e o frescor
me invade
me leva
me toma
por dentro
e por fora

ruídos do dia
voam comigo
folhagem crepita
na ventania
que emaranha
os cabelos
e desembaraça
as entranhas

De olhos fechados
ao vento
me faço vela
à varanda

E a brisa
me infla
me solta
me move
me leva
por dentro
e prá fora

Suspiros do dia
viajam comigo
risadas
silêncios
murmúrios
sussurros

De olhos fechados
ao vento
me faço
varanda

Filha do vento
Flutuo ventania

Março 2011

quinta-feira, 24 de março de 2011


Encaixe

Se quem pensou improvável
soubesse,
saberia inevitável.

Na figura do côncavo
e do convexo,
contrastes
se somam
e se integram.

E a tua luz
combina
as minhas sombras.

E o meu azul
espelha
o teu celeste.

E maciez suspira
na aspereza delicada
das mãos.
Provavelmente evitável.
Possivelmente improvável.
Completamente possível.

Irresistível.


(Flávia Côrtes - Março de 2011)
www.poetaflaviacortes.com.br

Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.

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Poesia Falada: Confira tudo sobre o CD no link Verso em Voz
Maiores informações: contato@poetaflaviacortes.com.br
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quinta-feira, 17 de março de 2011


Peço-te

Descobri
Que não posso mais
Ter você em volta
Todo dia

Amo-te
E por isso peço-te


Peço-te
Com a certeza dos que amam
E se sabem amados


E ao te pedir
Já me dói tua ausência
Já anseio a tua
Chegada

Preciso que se vá
Para que possas chegar
De novo

Preciso que se vá
para que eu possa
te encontrar
De novo

Preciso que se vá
para que eu possa
me encontrar
De novo

Amo-te
E por isso peço-te


Volta prá mim

Março de 2011

quarta-feira, 16 de março de 2011


Ilusionismo

A poesia mostrando
uma lua semi
escondida atrás de uma nuvem,
fazendo de conta que é cheia...

uma nuvem fingindo de montanha

Março de 2011

segunda-feira, 7 de março de 2011

Jardim
Entre arbustos de muitos
verdes,
o caminho serpenteava
tardes

Março fazia
a copa baixa das Alamandas
pontilhar confetes amarelos
no chão.

O riso solto das crianças
dobrava cristalino
no ar.

E eu
espreguiçava
poentes.

Março de 2011