Fronteiras
Sei que a ti parece
que vivo a vida em verso.
É que eu sou feita
de carne, osso e Poesia
Em mim,
o Pensamento coexiste com o Sonho
e o Real
admite o Lúdico.
Só que o lúdico dos meus dias
não me embota olhar
ou imobiliza braços!
Da mesma forma,
a mulher existe na poeta
Ou a Poeta na Mulher!
E onde fica
a fronteira
do lírico
e do não-lírico?
Importa?
Bom,
se acha mesmo que sim,
vai ter que descobrir!
E, aí,
me faz um favor?
Não me conta!
Dezembro de 2010
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- ▼ 2010 (163)
sábado, 25 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
sábado, 18 de dezembro de 2010
Certeza do "Não-Ser"
O que me incomoda não é a incerteza do Amanhã.
A Incerteza faz parte do Amanhã.
E isso é bom!
Que graça tem um grão com a certeza da flor?
O que me incomoda é essa certeza do "Não-Ser".
É esse antecipado saber.
Esse caminhar despreocupado para o "Não".
Eu me convenci que podia.
E me convenci que queria.
Só que, agora, diante do encanto,
diante de tanto,
percebo o que vai ser.
E isso não vai ser bom.
Porque, hoje, está bom demais!
Então, eu te conto:
Eu gosto, sim, do incerto.
O incerto me instiga.
Mas "incerto" não é certeza do "Não".
É possibilidade do "Sempre".
Se, para estar do teu lado,
é preciso caminhar para o "Não",
então, digo eu o "Não!".
Guardo o encanto,
interrompo o toque,
recolho o riso.
Te beijo e me vou.
Para um amanhã de possibilidades.
Porque te gosto.
Mas também ME gosto!
E eu
cuido de mim.
(Flávia Côrtes - Dezembro de 2010)
www.poetaflaviacortes.com.br
Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.
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Poesia Falada: Confira tudo sobre o CD no link Verso em Voz
Maiores informações: contato@poetaflaviacortes.com.br
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Mergulhada no Efêmero
Quando dei por mim
estava
despida de ontem
nua de amanhã
mergulhada no efêmero
E achei bom.
Você me diz
sonho
E me olha
como se eu fosse
me dissipar
em brumas
Eu acho graça
E até acho que gosto
de ser sonho
Está bem, confesso.
É que eu gosto de sonhos.
E, de vez em quando,
eu me dissipo mesmo
e, depois,
me refaço
inteira
ou inteiramente nova
Então
você só precisa
me sonhar de novo
amanhã
e depois de amanhã
Porque eu
acredito em sonhos
E já me acostumei
a viver os meus!
Dezembro de 2010
Quando dei por mim
estava
despida de ontem
nua de amanhã
mergulhada no efêmero
E achei bom.
Você me diz
sonho
E me olha
como se eu fosse
me dissipar
em brumas
Eu acho graça
E até acho que gosto
de ser sonho
Está bem, confesso.
É que eu gosto de sonhos.
E, de vez em quando,
eu me dissipo mesmo
e, depois,
me refaço
inteira
ou inteiramente nova
Então
você só precisa
me sonhar de novo
amanhã
e depois de amanhã
Porque eu
acredito em sonhos
E já me acostumei
a viver os meus!
Dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Redescoberta
Dezembro de 2010
Colchão, lençol e travesseiros
acomodei-me sob o céu.
Sentimento exato
de quando tinha dez anos
e minha mãe me permitia
dormir no quintal.
Olhos poetas
vasculham céu sem estrela
aprendendo nuances da noite.
Barulho de vento brincando com folha
em ventilador sem hélice.
Conversa e risada ao longe
em novela do cotidiano.
acomodei-me sob o céu.
Sentimento exato
de quando tinha dez anos
e minha mãe me permitia
dormir no quintal.
Olhos poetas
vasculham céu sem estrela
aprendendo nuances da noite.
Barulho de vento brincando com folha
em ventilador sem hélice.
Conversa e risada ao longe
em novela do cotidiano.
Ruídos
da vida embalando sono.
Vento morno
sopra pele sob lençol fino
e emaranha cacho de cabelo
em preguiçoso cafuné.
Em redescoberta de ar
que não é condicionado,
levo dentro de mim
ar livre!
Vento morno
sopra pele sob lençol fino
e emaranha cacho de cabelo
em preguiçoso cafuné.
Em redescoberta de ar
que não é condicionado,
levo dentro de mim
ar livre!
domingo, 5 de dezembro de 2010
Quase Verão
Calor horrível
de céu nublado para sempre
que não chove nem deixa de chover
Calor que entranha
em poro e pele
e dá vontade de chuveiro frio
de meia em meia hora
Calor que
embota pensamento
desacelera respiração
entorpece vontade
Dá uma vontade de nada
Pálpebra pesada na face suada
Raio de ar condicionado quebrado!
Dezembro de 2010
sábado, 4 de dezembro de 2010
Amanhã também
A burguesia não se importa com o outro.
O operário não se importa com o outro.
Meu Deus, quem é que se importa?
O ser humano é que não desapega do umbigo.
Todo mundo é bom.
Todo mundo quer bem.
Ninguém nunca fez mal.
Será que alguém fez bem?
Acorda, levanta, trabalha.
Café da manhã, almoço e janta.
Jornal Nacional.
Boa noite, meu bem.
E amanhã também.
Acorda, levanta, procura emprego.
Arroz com feijão, graças a Deus.
Jornal Nacional.
Boa noite, meu bem.
E amanhã também.
Na Urca,
o aposentado não vê
que tem fome na esquina.
Na Tijuca,
a dona de casa não vê
que tem fome na esquina.
Em Realengo,
o trabalhador não vê
que tem fome na esquina.
O ser humano é que não desapega do umbigo.
Todo mundo é bom.
Todo mundo quer bem.
Ninguém nunca fez mal.
Será que alguém fez bem?
E, enquanto
boas intenções enchem o Inferno,
nas esquinas transitam
nossas crianças.
Há fome na esquina.
E não é só de pão.
Não dá no Jornal Nacional.
Boa noite, meu bem.
E amanhã
também?
Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos
quanto aos seus direitos autorais.
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Poesia Falada: Confira tudo sobre o CD no link Verso em Voz
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