O relógio,
a cada compromisso,
desperta urgências.
Tic-tac,
olha a hora...!
O calendário,
a cada data,
contabiliza etapas.
Vira a página,
já é dezembro...!
A agenda,
a cada dia,
relembra e dita.
Atenção! Tem reunião...!
Coloca a roupa na máquina...!
Olha o dia da conta...!
Acelerados e ocupados
exclamamos ponteiros,
preenchendo páginas numeradas
das nossas vidas.
Mas a sanidade desperta
na risada da criança.
Que o dia pare
para que eu olhe também
o chapéu da nuvem.
Que o despertador atrase
para que eu conte também
o sonho.
Que a agenda espere
para que eu brinque também
com a água da torneira.
E a gente lembra
que o que de fato importa
não precisa lembrete
ou alarme.
O amor,
sabemos de cor.
(Flávia Côrtes - novembro de 2015)