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domingo, 29 de março de 2015

Invenções

A gente vive uma vida inventada.

E o invento
tem assinatura:
a tua.

Não me entenda mal.
Ninguém disse aqui
que podia você
inventar-se em Cancoon
nesta manhã.

Mas boa parte das linhas
da página de hoje
saíram do teu lápis
planejado ou descuidado
no capítulo anterior.

Tem digitais tuas
em cada página virada.

Tem tua ausência
em cada capítulo pulado.

A grafia não nega:
sem méritos ou deméritos,
o texto é teu.

Despertador às seis
ou travesseiro sem pudor
ao meio dia?

Invenção tua.

Rotina que instiga
ou aborrece?

Invenção tua.

Está bom para você?
Aplausos.

Nem tanto assim?
Reinventa, inventor!

(Flávia Côrtes - março de 2015)





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