E como fica a questão do dinheiro?
Uma crônica da série “Ele diz... ela diz...”
Bem, pessoal, e se o assunto é dinheiro, está estabelecida a polêmica.
O assunto se divide em dois, na verdade.
1) Se o cara ganhar menos? Como fica o namoro? Aliás, há namoro?
2) Quem é que paga a conta afinal de contas?
Tenho amigas feministas xiitas que se ofendem até se o sujeito fizer menção de pagar um café. E há outras que não colocam as sandálias de tirinhas para fora de casa se tiverem que levar na carteira mais do que o batom e o celular.
Também é informação de domínio público que os homens se incomodam absurdamente de sair com mulheres que ganhem mais do que eles. Isso acontece até mesmo com aqueles que, por convicção ou pão-durismo, fazem questão de dividir os centavos no final do encontro.
Quanto à conta:
No primeiro encontro, sem dúvida, a conta é do homem. E contas de motéis, sempre. As demais, depende muito. Se ele ganha menos ou a mesma coisa que eu, vou me sentir mal em deixar que pague tudo sempre. Certamente, vou intercalar nos encontros, ao receber a conta, a frase "esta é por minha conta, está bem?" (odeio aquela coisa de ficar dividindo conta no final da noite). Se ele ganha muito mais, não me incomodo que pague, se fizer questão. Embora ache desnecessário, sei que há homens que não gostam de ter a conta paga pela mulher. Então, tudo bem.
Agora, vamos ao assunto que acredito ser mais polêmico: E se o homem ganha muito menos que a mulher? Alguma chance disso funcionar?
Uma crônica da série “Ele diz... ela diz...”
Bem, pessoal, e se o assunto é dinheiro, está estabelecida a polêmica.
O assunto se divide em dois, na verdade.
1) Se o cara ganhar menos? Como fica o namoro? Aliás, há namoro?
2) Quem é que paga a conta afinal de contas?
Tenho amigas feministas xiitas que se ofendem até se o sujeito fizer menção de pagar um café. E há outras que não colocam as sandálias de tirinhas para fora de casa se tiverem que levar na carteira mais do que o batom e o celular.
Também é informação de domínio público que os homens se incomodam absurdamente de sair com mulheres que ganhem mais do que eles. Isso acontece até mesmo com aqueles que, por convicção ou pão-durismo, fazem questão de dividir os centavos no final do encontro.
Quanto à conta:
No primeiro encontro, sem dúvida, a conta é do homem. E contas de motéis, sempre. As demais, depende muito. Se ele ganha menos ou a mesma coisa que eu, vou me sentir mal em deixar que pague tudo sempre. Certamente, vou intercalar nos encontros, ao receber a conta, a frase "esta é por minha conta, está bem?" (odeio aquela coisa de ficar dividindo conta no final da noite). Se ele ganha muito mais, não me incomodo que pague, se fizer questão. Embora ache desnecessário, sei que há homens que não gostam de ter a conta paga pela mulher. Então, tudo bem.
Agora, vamos ao assunto que acredito ser mais polêmico: E se o homem ganha muito menos que a mulher? Alguma chance disso funcionar?
Quando comecei a escrever essa série de crônicas fiz uma pesquisa com amigas minhas e fiquei completamente surpresa com as respostas.
Em conversa objetiva entre amigas, descobri que as mulheres avaliam, sim, a condição financeira do homem. O que ouvi, na maioria dos casos, foram relatos de que, se for só para transar, isso não é importante. Agora, quando o assunto é namorar, a maioria pesa isso, sim. Dizem que namoram para construir alguma coisa e que não iam querer ficar sustentando ninguém.
Confesso que estou pasma até agora com os relatos que ouvi. Nunca tinha pensado que ouviria coisas desse tipo de pessoas carinhosas, inteligentes, independentes e modernas.
Para mim, não faz muita diferença a questão social propriamente dita. Eu preciso admirar a pessoa. Preciso sentir que posso me amparar nele. Não financeiramente. Eu ganho o suficiente para pagar as minhas contas. Não me importo que o cara pague, se isso o incomoda, mas não preciso que pague, na verdade.
Explico melhor. Preciso que seja um homem seguro. Isso está muito mais no tom de voz, no olhar, no gesto, naquilo que ele diz e faz. Mais que os atos, é o jeito como isso é feito. Atenção e gentileza cativam.
Eu já resolvo tanta coisa o dia inteiro. Já decido a vida de tanta gente... trabalho, amigos, família... é muito bom poder deixar que alguém seja o mais forte um pouquinho. Mesmo sabendo que não precisa. A gente não faz as coisas realmente boas porque precisa.
E eu não estou falando que o homem precise resolver nada para mim. Só é bom estar do lado de alguém que eu saiba que, se precisasse, resolveria. E que resolveria tão bem ou melhor do que eu.
Resolver o que? Sei lá. Estou falando de atitude. Não de problemas.
O problema é que homens ficam inseguros quando ganham menos que as mulheres. E pode anotar: homens ficam irritados quando se sentem inseguros.
Você vai notar um tom de voz irritado com coisas absolutamente corriqueiras.
E os reflexos vão da insegurança mesmo... ciúmes dos amigos, do trabalho, dos decotes... até à irritação pura e simples. Irrita porque você está trabalhando no domingo, irrita porque te ligam às onze da noite, irrita porque você sugeriu irem ver aquele show no domingo e comentou que a entrada é franca... e é claro que eu sei que não é isso que o está irritando. É a coisa toda.
Aí, já sei o que vai acontecer. Pode escrever aí: ele vai ficar incomodado em muito pouco tempo. Acredite. Incomodado de me ver gastando dinheiro. E eu gasto. Não tenho filhos, moro sozinha... por que não gastaria?
E o incômodo dele vai virar irritação. E isso vai me irritar também. Pronto. Tem jeito de dar certo?
Ah, pode ser também que ele simplesmente tome uma atitude de homem... e suma!
Então, a questão, para mim, não passa pelo tanto que ele ganha, entende? Mas pelo quanto isso impacta nele.
Sabe, é algo que eu nunca vou entender... o quanto essa coisa do dinheiro incomoda aos homens.
É tão irracional isso. E tão pouco criativo!
O Rio de Janeiro tem centenas de lugares interessantes que custam praticamente nada. Primeiros e segundos encontros não são problema. Qualquer mulher acharia encantador ser levada para ver o por do sol no Arpoador, por exemplo. Eu e você sabemos que 95% (estou chutando) dos encontros não passam do primeiro mesmo, não é?
E, se passar do segundo encontro... bem, namorar é muito mais barato que não namorar.
Namorados dormem um na casa do outro. Não precisam, necessariamente, ir a um motel. Namorados podem assistir vídeos, em casa, comendo pipoca de microondas... não precisam ir sempre ao cinema.
Namorados podem dançar juntinhos na varanda... não precisam, necessariamente, fazer isso numa danceteria.
Namorados podem cozinhar juntos conversando na cozinha... não precisam ir sempre a restaurantes.
Namorados podem se deitar na grama do aterro do flamengo e ficar em silêncio vendo as nuvens.
Namorados podem ficar juntos dentro da piscina do prédio abraçados por horas, sentindo a tarde e rindo por bobagens.
Namorados podem... nossa... podem tanta coisa que não custa quase nada!
Enfim, eu não sou muito parâmetro para traçar perfis de relações. Sim, sim, claro que faz diferença se o cara não ganha absolutamente nenhum dinheiro e não se importa com isso... vive desempregado e enche os seus dias assistindo Seção da Tarde.
Só que a probabilidade dele ser um homem assim, se eu estou saindo com ele, é quase nenhuma! Sim, porque, se me interessei, certamente, vi nos olhos um algo de determinado, carinhoso e bem humorado... há poucas chances de ser uma pessoa acomodada.
Então, que diferença faz se eu ganhar mais do que ele?!?
Vamos combinar que eu não estou pretendendo me casar tão cedo, certo? Já dei essa satisfação à sociedade. Por mim, namoro para sempre o mesmo cara... Então, tenho outras coisas para pensar, quando estou com um homem, do que se ele vai ter como pagar a escola dos nossos 3 filhos... risos
Enfim, o que eu espero na vida nem sempre é o que as pessoas esperam. Também é assim com o que espero das relações.
Por hora, para esta crônica não ficar maior do que já está, vou resumir em uma frase: "quero alguém que me aceite e me transborde".
E isso passa muito, mas muuuuuito(!) longe de grana!
Outubro de 2010
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