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domingo, 19 de maio de 2013



Estranha

Sei que gosto de um livro de poemas quando me pego dizendo trechos em voz alta,
repetindo-os, dando risada em algumas partes. E, se o verso for muito bom, eu preciso levantar e caminhar um pouco para dizê-lo mais uma vez.

Alguém que me veja lendo, em uma praça ou varanda, há de pensar:
"Que moça estranha aquela...!"

É que a poesia,
quando ecoa em mim,
meio que transborda.

E eu não sou silenciosa
naquilo que me transborda.

Agora mesmo, é sábado,
há cinco travesseiros espalhados na cama,
a voz da Sade enche o quarto,
há um Leminski aberto ao meu lado
e eu aqui, conversando sobre abstratos.

"De fato, estranha esta moça...!"

(Flávia Côrtes - Maio de 2013)

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