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quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Poema para um Poema Raso
Hoje
meu verso olhou para mim
Era belo o verso
Estampou-se
em meus olhos poetas
mudo
lindo
e nu
Poeta aplicada,
ofereci-lhe agrados.
Sedutora em minhas melhores metáforas,
divertida em minhas metonímias,
cortejei o meu verso.
implicante e belo verso
sem querer vestir palavra
Exagerada,
ameacei deixá-lo
com agressivas hipérboles.
Redundei-me em apelos,
esgotei-me em pleonasmos!
teimoso e belo verso
sem querer vestir palavra
Estava a ponto de deixá-lo,
quando me mostrou,
no fundo da retina...
uma imagem linda
de uma poça d'água
refletindo um rosto
enquanto a luz do sol
transpassava
translúcida
água
Tola e vaidosa poeta!
Novembro de 2010
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Um comentário:
Li e reli este poema várias vêzes. Que texto primoroso, Flavinha, uma jóia lapidada onde emoção, forma e pensamento estão em equilíbrio perfeito. Virginiano. Sem dizer que as imagens são de uma originalidade que chegam a me emocionar. Seu estilo está nele, em cada verso, essa espécie de monólogo quase impessoal reflexivo que teu amigo aqui tanto aprecia. O uso inteligente das figuras de linguagem é antológico. Mas a imagem final, decididamente, é esplendorosa. "Até os cegos a verão". Amei. Vc se supera, Flavinha, para o deleite maior de seus leitores. Meus aplausos!!! um grande beijo de bom dia. Bravo! André
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