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domingo, 2 de junho de 2024

 Pintura de uma tarde lenta 


O zumbido azul-cobalto 

de um beija-flor 

rompeu o silêncio 

da tarde morna de outono

e parou-me o pensamento


bem a tempo do olho viajar 

na revoada amarelinha

de borboletas-bebês

que brincavam de pique

logo acima do arbusto 

colorido de brincos de princesa.


Tivesse eu o dom da pintura,

imortalizaria em tela 

a perfeição suave 

que guardei encantada

sob as pálpebras.


Flávia Côrtes 

(Outono de 2024) 

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