Pintura de uma tarde lenta
O zumbido azul-cobalto
de um beija-flor
rompeu o silêncio
da tarde morna de outono
e parou-me o pensamento
bem a tempo do olho viajar
na revoada amarelinha
de borboletas-bebês
que brincavam de pique
logo acima do arbusto
colorido de brincos de princesa.
Tivesse eu o dom da pintura,
imortalizaria em tela
a perfeição suave
que guardei encantada
sob as pálpebras.
Flávia Côrtes
(Outono de 2024)