Na madrugada tênue,
pequenos passos
leves e silentes
despertam olhos maternos
como não conseguem
despertadores nem alvoradas.
Que mistério é esse que une
teu despertar ao meu?
Na penumbra do quarto
olhos pacientes
agora despertos
esperam um sono
que não é meu.
A respiração
da criança aninhada
ainda é leve e conta
que ainda é cedo.
Um suspiro profundo
mostra o mergulho
no sono mais denso.
Meus olhos enfim pesam.
Que mistério é esse que une
meu sono ao teu?
(Flávia Côrtes - Dezembro de 2014)
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