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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014


Três da Manhã.

Na madrugada tênue,
pequenos passos
leves e silentes
despertam olhos maternos
como não conseguem
despertadores nem alvoradas.

Que mistério é esse que une
teu despertar ao meu?

Na penumbra do quarto
olhos pacientes
agora despertos
esperam um sono
que não é meu.

A respiração
da criança aninhada
ainda é leve e conta
que ainda é cedo.

Um suspiro profundo
mostra o mergulho
no sono mais denso.

Meus olhos enfim pesam.

Que mistério é esse que une
meu sono ao teu?

(Flávia Côrtes - Dezembro de 2014)

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