Procura a Areal
A estrada
era estreita e sinuosa.
Um caminho verde
no meio do nada.
Um quilômetro
e a vista navegava
sobre um mar de eucaliptos
ondulados ao vento.
Outro quilômetro
e uma moça caminhava
rumo a algum lugar
que não se via.
A cada duas ou três curvas,
uma casa no alto de um morro,
um pasto,
um rio
e verde,
verde,
verde...
Eu quase achei
que era lenda
a tal cidade.
Uma Atlântida
submersa no verde.
Avalon
esperando neblina.
Shangri-la
oculta nos montes.
Mas a placa
indicando chegada
interrompeu
o poema.
Que pena.
(Flávia Côrtes - Abril de 2014)
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sábado, 26 de abril de 2014
sábado, 19 de abril de 2014
quarta-feira, 9 de abril de 2014
História de uma Folha-flor
As flores, ao longe,
pareciam folhas claras
e quase secas.
Contavam um pouco
do outono que chega
e clareia o verde
até fazê-lo rosa.
Olhando bem de perto, porém,
a textura delicada
das pétalas rosa-chá
diziam a graça daquela
que, se ao longe parecia folha,
de perto era tão flor
que dispensava nome
para florir pensamento.
Eu achei
que já sabia tudo
da Flor.
Mas uma volta completa
em volta dela
e ali estava ela:
inteiramente nova,
completamente diferente.
As coisas são assim.
A gente acha que já viu tudo
até olhar de novo
e a cada luz
e a cada ângulo
descobrir algo novo.
Com uma volta completa
e algum vagar
sabe-se muito
das coisas.
E das pessoas.
(Flávia Côrtes - abril de 2014)
As flores, ao longe,
pareciam folhas claras
e quase secas.
Contavam um pouco
do outono que chega
e clareia o verde
até fazê-lo rosa.
Olhando bem de perto, porém,
a textura delicada
das pétalas rosa-chá
diziam a graça daquela
que, se ao longe parecia folha,
de perto era tão flor
que dispensava nome
para florir pensamento.
Eu achei
que já sabia tudo
da Flor.
Mas uma volta completa
em volta dela
e ali estava ela:
inteiramente nova,
completamente diferente.
As coisas são assim.
A gente acha que já viu tudo
até olhar de novo
e a cada luz
e a cada ângulo
descobrir algo novo.
Com uma volta completa
e algum vagar
sabe-se muito
das coisas.
E das pessoas.
(Flávia Côrtes - abril de 2014)
domingo, 6 de abril de 2014
Todo mundo quer ser feliz.
No fim do livro,
um beijo de novela.
Na cena final,
"felizes para sempre",
esta quase sentença.
"Ninguém é feliz todo dia",
dizem aqueles
que esqueceram
a alegria.
Eu perdi
o caminho ou o rumo
atrás da borboleta.
E saltando poças d'água
eu fui feliz.
Atrasei-me
vendo nuvens.
E assistindo passarinho,
eu tive paz.
Não sei se com isso,
um dia,
faltará algo
no verso final.
Mas preocupam-me pouco
aquelas três
douradas e desenhadas letras
do "FIM".
É que eu estou ainda ocupada
e um pouco encantada demais
para redigir epitáfios.
Por hora,
as manhãs me contam versos
num sorriso-sopro todo dia.
Larga a lupa.
Experimenta o lápis.
Não dá para ser
leitor da própria vida.
É seu filme, Protagonista.
Preenche você a frase:
"era uma vez..."
(Flávia Côrtes)
No fim do livro,
um beijo de novela.
Na cena final,
"felizes para sempre",
esta quase sentença.
"Ninguém é feliz todo dia",
dizem aqueles
que esqueceram
a alegria.
Eu perdi
o caminho ou o rumo
atrás da borboleta.
E saltando poças d'água
eu fui feliz.
Atrasei-me
vendo nuvens.
E assistindo passarinho,
eu tive paz.
Não sei se com isso,
um dia,
faltará algo
no verso final.
Mas preocupam-me pouco
aquelas três
douradas e desenhadas letras
do "FIM".
É que eu estou ainda ocupada
e um pouco encantada demais
para redigir epitáfios.
Por hora,
as manhãs me contam versos
num sorriso-sopro todo dia.
Larga a lupa.
Experimenta o lápis.
Não dá para ser
leitor da própria vida.
É seu filme, Protagonista.
Preenche você a frase:
"era uma vez..."
(Flávia Côrtes)
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