Toda mulher,
não importa a idade,
leva dentro de si tantas
e tão outras.
Diferentes de si mesma.
E, ainda assim,
a mesma.
Ainda que o mundo
a veja uma,
toda mulher é muitas.
Algumas vezes,
ela mesma,
acostumada que é ao espelho,
fixa-se por muito tempo
em apenas uma das faces.
E assim se mostra a todos.
Inclusive a si mesma.
Mas um ser que sangra
ou pari
em diferentes fases da lua
e que tem um corpo-casulo,
ainda que não saiba,
ainda que não queira,
muda.
Toda mulher é mãe de si mesma.
Mais dia, menos dia,
se concebe outra.
Mais ano, menos ano,
gesta-se novamente.
E, em uma noite dessas,
numa lua assim,
no quarto da velha,
a dor, o grito e o choro
viram riso.
Olha!
É uma menina!
(Flávia Côrtes - 22 de abril de 2013 às 12:20h)
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