Caminhava contra o sol, quanto atentou à sombra. Era vívida e movia-se com graça. Talvez com mais graça até do que ela, humana e desgrudada do chão, teria ao mover-se. Um xale em sombra movia-se em volta da figura leve e solta que caminhava a sua frente.
Era difícil prestar atenção ao caminho e à sombra ao mesmo tempo . Por isso ela parou. Para observar melhor.
E, foi só parar, para que a sombra perdesse o encanto. Virou uma coisa escura fixa ao chão. Um fantasma inerte.
Deu um sorriso e seguiu o seu caminho, espiando, de vez em quando, a imagem viva que caminhava livre ao seu lado, levemente solta de si mesma.
Algumas coisas só acontecem plenamente quando não estamos prestando atenção.
(Flávia Côrtes - Fevereiro de 2012)
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