Delicadezas
Em dezembro, estive por uma semana em uma pousada com minha mãe e irmãs.
Foram as primeiras festas de fim de ano sem o meu pai. E viajamos em busca de dias mais amenos em tempos tão dolorosos para a minha família.
Foi uma boa decisão.
Os dias foram encantadores e as pessoas, na pousada, extraordinariamente gentis. Com zelo, atenção e carinho, arrumadeiras, garçons, recepcionistas e a dona da casa, em cada detalhe do dia a dia, ajudaram, de alguma forma, a suavizar um tempo que pensávamos tristes.
E foi assim que trouxemos, todos, o riso de volta ao rosto de minha mãe.
Sendo impossível agradecer plenamente por isso, antes de partirmos, escrevi bilhetes de agradecimento a todos os que cuidaram de nós diretamente. Acrescentei aos cartões um poema escrito por lá e, para os funcionários, incluí uma pequena bonificação (pequena mesmo).
Pois bem, hoje, recebi pelos Correios uma correspondência da dona da casa. Dentro do envelope, uma foto de um buquê de flores e, no verso da foto, um bilhete que dizia:
"Flávia,
bem vi que você é uma poeta.
Adorei o que você escreveu. Quero ler mais de sua poesia.
Anote o meu e-mail... Volte sempre. Laura."
E ainda há quem não acredite em delicadezas.
Janeiro de 2013
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