Em dezembro, estive por uma semana em uma pousada com minha mãe e irmãs.
Foram as primeiras festas de fim de ano sem o meu pai. E viajamos em busca de dias mais amenos em tempos tão dolorosos para a minha família.
Foi uma boa decisão.
Os dias foram encantadores e as pessoas, na pousada, extraordinariamente gentis. Com zelo, atenção e carinho, arrumadeiras, garçons, recepcionistas e a dona da casa, em cada detalhe do dia a dia, ajudaram, de alguma forma, a suavizar um tempo que pensávamos tristes.
E foi assim que trouxemos, todos, o riso de volta ao rosto de minha mãe.
Sendo impossível agradecer plenamente por isso, antes de partirmos, escrevi bilhetes de agradecimento a todos os que cuidaram de nós diretamente. Acrescentei aos cartões um poema escrito por lá e, para os funcionários, incluí uma pequena bonificação (pequena mesmo).
Pois bem, hoje, recebi pelos Correios uma correspondência da dona da casa. Dentro do envelope, uma foto de um buquê de flores e, no verso da foto, um bilhete que dizia:
"Flávia, bem vi que você é uma poeta. Adorei o que você escreveu. Quero ler mais de sua poesia. Anote o meu e-mail... Volte sempre. Laura."
E ainda há quem não acredite em delicadezas.
Janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Nós (Flávia Côrtes e Renato Gusmão) Em nossas vidas somos o que vivemos dizemos o que somos e somamos
líquidos e sólidos vitrais e papéis
os nós humanos tão cruéis tão normais
na palavra o tudo ou nada
no sempre do ontem o resto do hoje
amanhã o rosto oposto de vida e morte
coisas do verbo loucura
quem comanda é a fala e nada nos cala visgo de amor e sanha
nossa própria fissura
Verbaliza-nos vida insana.
(Texto escrito em parceria poética por Flávia Côrtes e Renato Gusmão)
Cabe esclarecer que o Betty & Elizabete é um dos meus dois blogs.
A quem busca saber sobre a poeta e os projetos de poesia, eu recomendo a leitura do www.poetaflaviacortes.com.br.
É lá que eu falo do CD, da peça, da Poesia Falada, dos livros, dos saraus... e onde tem áudios gravados, textos separadinhos por tipo para facilitar a leitura.
Ou seja, se veio atrás da poeta, vou te recomendar seguir para o outro blog.
Anota aí: www.poetaflaviacortes.com.br
Você há de me perguntar porque mantenho este blog... ainda mais com uma Elizabete no nome?
Bem... eu tenho um carinho especial por este blog.
Publico aqui tudo o que escrevo desde que comecei a mostrar os textos. Os textos são publicados a medida que escrevo, sem triagens, sem seleções, sem classificações. Só pelo prazer de ver a palavra na tela. É uma versão moderna do caderno que usava para escrever quando eu tinha 10 anos.
Eu gosto desta sensação de escrever sem objetivos maiores, só pelo prazer da escrita. É isso. Ah, o nome é Flávia mesmo. O nome Betty & Elizabete é uma brincadeira com dualidades... as minhas, as suas e as humanas.