Amarelinhas
A laranja no copo de guaraná era amarela
e sorria para mim.
Como amarela era a flor
que imitava um peixe
no arranjo em frente à mesa.
E amarelo o sorvete de damasco
que refrescava o jardim
de amarelas Alamandas.
As páginas do meu Quintana
eram claras gemadas que eu folheava
na tarde quase quente.
Eu nunca gostei de amarelos.
Quando fortes, escandalosos.
Quando tênues, insossos.
E, talvez por saber
desta minha antipatia,
lá vem meu verso
saltando amarelinhas ao meu redor.
E eu, agora,
gosto!
(Flávia Côrtes - Dezembro de 2012)
Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos
quanto aos seus direitos autorais.
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