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quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Flagra
Não escrevo
para que saibam
Se fato
misturado
em verso
Se verso
adivinhado
em vontade
se conto
e quando conto
não conto
escondo
disfarço
entre palavras
entre linhas
transito nua
metáforas
em nevoeiro
mas, sabe,
já quase
acostumada
a te encontrar assim
me olhando
meio como quem chega sem ser ouvido
me encontra saída do banho
ainda secando o cabelo
com a toalha
e eu
finjo
que não te vejo
mas o corpo
confessa
em respiração e arrepio
e você
finge
que não sabe
mas sabe
que gosto
quando
me lê
Setembro de 2010
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