Viro, eu também, o espelho através do vidro.
Que gosto é esse pelo abismo? Que atração é essa pela queda? Olhamos pela encosta, qual asnos, hipnotizados. A certeza do impacto não reduz, em nada, a sedução do vôo.
Nossa fragilidade nos fortalece. Nossa incoerência nos seduz. Relevamos a nós mesmos, mas também ao outro. Revelamos a nós mesmos, mas raramente ao outro. Perdemos a nós mesmos e também ao outro. Mas seguimos.
Julho de 2009
Este escrevi para um amigo que tem o desconcertante hábito de me virar espelhos de repente. Alguns, inclusive, em que eu ainda não tinha olhado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário