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sábado, 6 de dezembro de 2025

 Viva ou Sobreviva


O mundo gira cada vez mais rápido.

Rápido demais, na verdade.

À beira do desequilíbrio.


Até que a gente aprende

a não perder o prumo.

Mesmo às custas do próprio rumo.


Olhos fixos em ponto único 

previnem a vertigem

e evitam a queda.


Uma pirueta, duas piruetas…

E lá vamos nós em mais uma volta

dessa Roda Gigante.


Olhos fechados na descida 

permitem alguns horizontes 

na próxima subida.


O suficiente para você acreditar 

que o chão não é o destino.


Aperte o cinto, passageiro.

Não olhe para baixo!


Muito menos para dentro.

Você pode não se reconhecer.

E isso ninguém quer.

Nem você.

Entretido que está 

a ansiar horizontes.


Um dia, com alguma sorte,

a realidade arromba a porta.


Talvez a tempo de você se reconhecer

nos estilhaços da surpresa.


Pois é, Sobrevivente,

nem tudo que se vê 

é aquilo que a gente enxerga.


Flávia Cortês 

Dezembro de 2025