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quinta-feira, 22 de agosto de 2013



Azul Plissado


Em tempos exaustos,
às vezes, preciso
dormir com as janelas abertas
para não perder a hora.

Não é ruim acordar com luz.
É até bonito.

Hoje mesmo
acordei com o azul brincando
de saia plissada
com o branco da persiana.

O problema é que o dia
não te deixa regular a hora.

Vai te acordar as seis da manhã,
ainda que você possa dormir
até as sete e meia.

E, às seis da manhã,
até a beleza cansa.

Daí, a gente escolhe
se reclama
porque o dia acordou cedo
ou se espia a manhã de volta
por trás da saia plissada
da persiana.

A vida inventa beleza em tudo.

Mas para ver
a gente precisa
escolher ver.



(Flávia Côrtes - agosto de 2013)

www.poetaflaviacortes.com.br

Textos devidamente registrados na Biblioteca Nacional e protegidos quanto aos seus direitos autorais.

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Poesia Falada: Confira tudo sobre o CD no link Verso em Voz

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segunda-feira, 19 de agosto de 2013


Morena Bela

Sabe essa gente que traz no olho um sorriso
e no sorriso uma luz?

Sabe esse povo que tem no nome uma música
e no sobrenome uma guerra?

É uma gente que diz que não é poeta,
mas que o pensamento voa
ou paralisa
num verso.

É de um ombro que alinha no teu
para qualquer briga
e que te abraça
em qualquer tempo.

Pois é...

... nem todo mundo vê
nem todo mundo sabe
nem todo mundo sente

o tanto de força que precisa ter
para levar um sorriso desses todo dia
um brilho desses todo dia
uma ternura dessas todo dia

no meio dessa luta que é
o dia-a-dia.

Flávia Côrtes - Agosto de 2013
Para minha amiga Morena Grijó.
Porque você é dessas.

terça-feira, 13 de agosto de 2013


Conta-gotas

Mais dia
menos dia
a goteira das horas
alisa a pedra
e escorre a mágoa.

É que o tempo,
conta-gotas do sempre,
é também
o encarregado do nunca.

Nunca mais também acaba.

(Flávia Côrtes - agosto de 2013)

domingo, 11 de agosto de 2013

2451
(Flávia Cortes & Renato Gusmão)


Entre um Sudeste e um Norte
desnorteia a distância
e só a nós compete
aquela noite
nossa lembrança

o que te dou
de um errante passageiro
ou me deste rimas
do teu Rio de Janeiro
nesse riso clima
entre valsa e partido alto
uma voz de deusa
esgarça outro poema seda de asfalto

a luz do pensamento
viaja num átimo
vigília de estrelas íntimas
dentro das noites porvir
sorria um verso
e Bem Além é aqui.


(Texto escrito em parceria poética por Renato Gusmão e Flávia Côrtes)
Para conhecer o verso do Renato, acesse o blog:

http://cordapatria.blogspot.com.br/